São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2004

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COMBUSTÍVEIS

Aumento é atribuído a excesso de chuva, que prejudicou colheita

Posto eleva preço de álcool em até 11% em São Paulo

Ana Maria Otero/Associated Press
Poços de petróleo na Venezuela; commodity fechou em queda de 0,71%, a US$ 44,52 em NY


MARCELO PINHO
DA REDAÇÃO

Os preços do álcool nos postos de combustíveis de São Paulo estão, em média, 11% mais altos desde segunda-feira. A informação é do presidente do Sincopetro (Sindicato Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia.
Gouveia creditou o aumento à elevação dos preços praticados por produtores e distribuidores, que, afirmou, reajustaram suas tabelas em 11% na sexta-feira.
O sindicalista afirmou que os postos não têm como conter o reajuste do álcool. "Cada posto tem uma realidade, mas nem todos conseguiram repassar a alta integralmente."
Gouveia disse ainda que o preço da gasolina foi reajustado em R$ 0,03, provocado pela mistura de álcool ao produto.
Segundo números do balanço semanal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, o preço do álcool combustível, livre de impostos, praticado pelos produtores em São Paulo pulou de R$ 0,54 para R$ 0,66 no mês de julho, um aumento de 21,8%.
Para a ANP (Agência Nacional do Petróleo), que calcula os preços nas bombas de combustíveis, o álcool subiu de R$ 0,902 para R$ 0,968, em julho, uma alta de 7,9%.
Como o álcool é um derivado agrícola, da cana, seu preço varia de acordo com as oscilações do produto. Para Adriano Pires, analista da consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), as chuvas do mês de julho prejudicaram a colheita, o que provocou a redução da safra e a conseqüente elevação dos preços. "Além disso, a produtividade da cana também foi afetada: o produtor extrai menos álcool de cada pé."
O diretor técnico da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), Antônio de Pádua Rodrigues, contesta a explicação dos revendedores e diz que há cinco semanas os usineiros não aumentam os preços.
Procurada pela Folha, o Sindicom (sindicato das distribuidoras de combustíveis) disse que não faz comentários sobre preços.

Petróleo
Ontem, após superar US$ 45,04 de forma inédita, o barril fechou com queda de 0,71% em Nova York, negociado a US$ 44,52.
As cotações nos EUA devem oscilar em torno de US$ 40 no fim do ano, afirmou ontem o Departamento de Energia. "Atualmente, a capacidade ociosa de produção mundial está próxima do menor nível em três décadas, o que deixa pouca folga para inesperadas interrupções no mercado."

Com o "Financial Times"

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