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CRISE NO AR
Presidente deve receber plano de ajuda à empresa nos próximos dias; governo descarta tornar-se acionista, diz ministro
Lula definirá socorro à Varig, afirma Dirceu
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Casa Civil, José
Dirceu, disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá, "nos próximos dias", propostas formuladas por órgãos do
governo na tentativa de, ao menos, tornar menos aguda a crise
financeira que atinge a Varig.
Dirceu afirmou que o governo
considera "muito difícil a situação
da Varig", principalmente por
causa do endividamento da empresa -a principal do setor aéreo-, estimado em R$ 6 bilhões.
Segundo o ministro, o plano de
apoio à Varig está sendo formulado pelos ministérios da Fazenda,
da Defesa e da Justiça, pela Casa
Civil e pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Dirceu nega que
esteja em estudo a possibilidade
de o governo federal vir a se tornar acionista da Varig.
"Não existe essa hipótese. O governo não pode. Seria prevaricar.
Seria um absurdo o governo reconhecer uma demanda judicial
contra ele antes de ela terminar",
afirmou o ministro, acrescentando que "o que o governo tem é
disposição de trabalhar para encontrar a solução para a empresa
e garantir a posição do Brasil no
mercado internacional".
Para Dirceu, "agora chegou o
ponto em que é preciso dar uma
solução definitiva" para o problema da Varig. Ele disse que a idéia
do governo "é manter a marca e a
situação externa da empresa".
"Há uma consciência, hoje, do
governo, da direção da Varig, dos
funcionários [de que a solução
não pode mais ser adiada]", disse
Dirceu, para quem "o governo
tem dado muito apoio [à Varig],
através da BR [Distribuidora], da
Infraero [Empresa Brasileira de
Infra-Estrutura Aeroportuária] e
do Banco do Brasil". "Tudo o que
foi possível, dentro da lei, para
manter a Varig voando, o governo fez", disse o ministro.
A ajuda governamental à Varig,
segundo o ministro da Casa Civil,
deverá resultar na reorganização
do mercado interno de aviação e
no fortalecimento de todas as demais empresas aéreas, que também poderão ser beneficiadas.
O ministro falou sobre a crise da
empresa aérea em entrevista no
hotel Glória (zona sul do Rio), onde recebeu, ao longo do dia, o presidente da Firjan (Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio Gouveia
Vieira, a economista Maria da
Conceição Tavares, o presidente
do Conselho de Administração da
Fundação Bradesco, Lázaro Brandão, e o deputado federal Jorge
Bittar, candidato petista à prefeitura carioca.
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