São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2004

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CRISE NO AR

Presidente deve receber plano de ajuda à empresa nos próximos dias; governo descarta tornar-se acionista, diz ministro

Lula definirá socorro à Varig, afirma Dirceu

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Casa Civil, José Dirceu, disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá, "nos próximos dias", propostas formuladas por órgãos do governo na tentativa de, ao menos, tornar menos aguda a crise financeira que atinge a Varig.
Dirceu afirmou que o governo considera "muito difícil a situação da Varig", principalmente por causa do endividamento da empresa -a principal do setor aéreo-, estimado em R$ 6 bilhões.
Segundo o ministro, o plano de apoio à Varig está sendo formulado pelos ministérios da Fazenda, da Defesa e da Justiça, pela Casa Civil e pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Dirceu nega que esteja em estudo a possibilidade de o governo federal vir a se tornar acionista da Varig.
"Não existe essa hipótese. O governo não pode. Seria prevaricar. Seria um absurdo o governo reconhecer uma demanda judicial contra ele antes de ela terminar", afirmou o ministro, acrescentando que "o que o governo tem é disposição de trabalhar para encontrar a solução para a empresa e garantir a posição do Brasil no mercado internacional".
Para Dirceu, "agora chegou o ponto em que é preciso dar uma solução definitiva" para o problema da Varig. Ele disse que a idéia do governo "é manter a marca e a situação externa da empresa".
"Há uma consciência, hoje, do governo, da direção da Varig, dos funcionários [de que a solução não pode mais ser adiada]", disse Dirceu, para quem "o governo tem dado muito apoio [à Varig], através da BR [Distribuidora], da Infraero [Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária] e do Banco do Brasil". "Tudo o que foi possível, dentro da lei, para manter a Varig voando, o governo fez", disse o ministro.
A ajuda governamental à Varig, segundo o ministro da Casa Civil, deverá resultar na reorganização do mercado interno de aviação e no fortalecimento de todas as demais empresas aéreas, que também poderão ser beneficiadas.
O ministro falou sobre a crise da empresa aérea em entrevista no hotel Glória (zona sul do Rio), onde recebeu, ao longo do dia, o presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, a economista Maria da Conceição Tavares, o presidente do Conselho de Administração da Fundação Bradesco, Lázaro Brandão, e o deputado federal Jorge Bittar, candidato petista à prefeitura carioca.


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