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CONCORRÊNCIA
Empresa do vice-presidente José Alencar disputa liderança no setor têxtil
Cade analisará operação da Coteminas
CATIA SEABRA
REPORTAGEM LOCAL
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vai
analisar o risco de concentração
econômica na operação que dá à
Coteminas (Cia. de Tecidos Norte
de Minas) -empresa da família
do vice-presidente José Alencar- fôlego para disputar a liderança nacional do setor têxtil. Segunda do país em faturamento,
com uma receita líquida de R$
1,116 bilhão no ano passado, a Coteminas assumiu, no dia 28 de julho, o controle da Cia. de Tecidos
Santanense. Fabricante de brim e
índigo, a Santanense faturou, até
o meio do ano, R$ 100 milhões.
Somada à receita da Santanense
-de quase R$ 200 milhões
anuais-, a da Coteminas chega
perto do R$ 1,405 bilhão faturado
em 2003 pela líder nacional, a Vicunha Têxtil. Para incorporar a
Santanense, a Coteminas investiu
R$ 34 milhões em ações e assumiu
uma dívida de R$ 30 milhões com
o BNDES. Graças à operação, a
companhia não só ganha musculatura para competir como também diversifica, ao entrar no ramo de brim e índigo.
Esse é o argumento do presidente da Coteminas, Josué Christiano Gomes da Silva, para descartar qualquer ameaça de concentração econômica. "As duas
empresas atuam em segmentos
muito diferentes. A Coteminas,
em toalhas, lençóis e malhas. A
Santanense, em brim e índigo",
diz o filho do vice-presidente.
Em Minas, a Coteminas já tem
participação de 30% (sendo 20%
do capital votante) na Cedro e Cachoeira, fabricante de índigo e
brim e com receita anual superior
a R$ 350 milhões. Também detém
36,8% das ações com direito a voto da Fiação e Tecelagem São José,
outra fabricante de jeans.
Protocolado na Secretaria de
Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, o "ato de concentração econômica" foi publicado na quinta-feira no Diário
Oficial. Como a Coteminas tem
faturamento anual superior a R$
400 milhões, operações como essas têm de ser submetidas ao Cade, após os pareceres da SDE e da
SAE (Secretaria de Acompanhamento Econômico), ambos em
fase de elaboração.
Diretor da Abit (associação da
Indústria têxtil), Fernando Pimentel diz que esse é um ato de
concentração econômica. Mas
seu impacto só poderá ser medido mais tarde. "Vamos ver como
o mercado se comporta", disse Pimentel, diretor de vendas da Cia.
Têxtil Ferreira Guimarães, também especializada em índigo.
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