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Lucro do Unibanco cresce 25% e atinge R$ 1 bi no semestre
Banco restringe crédito para consumo e expande linhas de financiamento para as empresas e a área de cartões
Risco de inadimplência eleva as provisões para perdas a R$ 2,34 bi, um crescimento de 76% em relação a junho de 2005
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um lucro líquido de R$
1,068 bilhão no primeiro semestre do ano, o Unibanco conseguiu um aumento de 25,1%
no seu resultado em relação a
igual período do ano passado,
apesar de atuar com moderação na área de crédito. A rentabilidade também cresceu, atingindo 23,6% sobre o patrimônio líquido médio, anualizado.
O financiamento ao consumo, que tem impulsionado os
lucros do setor, foi limitado no
Unibanco, que foi buscar ganhos expandindo os financiamentos às empresas.
A carteira das financeiras de
crédito ao consumidor- Fininvest, PontoCred e LuizaCred-
teve expansão de apenas 9,5%
no semestre. A desaceleração
ocorreu principalmente de
abril a junho, quando esse segmento encolheu 1,7%.
"Em conseqüência do aumento da inadimplência que
observamos nas financeiras decidimos restringir a concessão
de crédito ao consumidor", disse Geraldo Travaglia, vice-presidente corporativo do banco.
Mesmo assim, o saldo das
operações de crédito à pessoa
física cresceu 16,4% no semestre, puxado, principalmente,
pela área de cartões de crédito,
que evoluiu 42,9%. Já o saldo
das operações de crédito à pessoa jurídica cresceu 21%- a novidade foi a expansão de 22,9%
nos financiamentos às micro e
pequenas empresas.
"Os bancos estão apostando
mais no microcrédito, destinado às empresas menores, pois
as grandes estão conseguindo
captar recursos no mercado de
capitais usando menos o financiamento bancário", observa
Edson Carminatti, analista do
Inepad (Instituto de Ensino e
Pesquisa em Administração).
Outro indicador da cautela
do banco na área de crédito foi
o aumento dos provisionamentos. Ao final de junho, o saldo de
provisões para perdas totalizava R$ 2,34 bilhões, equivalente
a 5,6% da carteira. Em junho do
ano passado, esse percentual
era de 4,9%.
Os balanços semestrais já divulgados pelo setor mostram
aumento dos provisionamentos para perdas com créditos.
No Unibanco, as provisões
cresceram 76%; no Bradesco,
72%, e no Itaú, 134%. "O Itaú
concentrou o crédito na pessoa
física e teve de provisionar
mais", observa Carminatti.
Daqui para a frente, segundo
ele, os bancos devem expandir
com moderação suas carteiras
de crédito. A projeção do Unibanco é de um crescimento de
20% da carteira, neste ano, com
mudança do mix entre varejo e
atacado, segundo Travaglia.
Outro traço conservador que
aparece no balanço do Unibanco é a volta às aplicações em títulos públicos. A carteira de títulos e valores mobiliários totalizava R$ 22,1 bilhões em junho
-com expansão de 35,2% em
relação ao primeiro semestre
de 2005. "Desse total, 70% são
títulos públicos. É uma forma
de o banco diluir o risco", afirma Carminatti.
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