São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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Lucro do Unibanco cresce 25% e atinge R$ 1 bi no semestre

Banco restringe crédito para consumo e expande linhas de financiamento para as empresas e a área de cartões

Risco de inadimplência eleva as provisões para perdas a R$ 2,34 bi, um crescimento de 76% em relação a junho de 2005


SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um lucro líquido de R$ 1,068 bilhão no primeiro semestre do ano, o Unibanco conseguiu um aumento de 25,1% no seu resultado em relação a igual período do ano passado, apesar de atuar com moderação na área de crédito. A rentabilidade também cresceu, atingindo 23,6% sobre o patrimônio líquido médio, anualizado.
O financiamento ao consumo, que tem impulsionado os lucros do setor, foi limitado no Unibanco, que foi buscar ganhos expandindo os financiamentos às empresas.
A carteira das financeiras de crédito ao consumidor- Fininvest, PontoCred e LuizaCred- teve expansão de apenas 9,5% no semestre. A desaceleração ocorreu principalmente de abril a junho, quando esse segmento encolheu 1,7%.
"Em conseqüência do aumento da inadimplência que observamos nas financeiras decidimos restringir a concessão de crédito ao consumidor", disse Geraldo Travaglia, vice-presidente corporativo do banco.
Mesmo assim, o saldo das operações de crédito à pessoa física cresceu 16,4% no semestre, puxado, principalmente, pela área de cartões de crédito, que evoluiu 42,9%. Já o saldo das operações de crédito à pessoa jurídica cresceu 21%- a novidade foi a expansão de 22,9% nos financiamentos às micro e pequenas empresas.
"Os bancos estão apostando mais no microcrédito, destinado às empresas menores, pois as grandes estão conseguindo captar recursos no mercado de capitais usando menos o financiamento bancário", observa Edson Carminatti, analista do Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração).
Outro indicador da cautela do banco na área de crédito foi o aumento dos provisionamentos. Ao final de junho, o saldo de provisões para perdas totalizava R$ 2,34 bilhões, equivalente a 5,6% da carteira. Em junho do ano passado, esse percentual era de 4,9%.
Os balanços semestrais já divulgados pelo setor mostram aumento dos provisionamentos para perdas com créditos. No Unibanco, as provisões cresceram 76%; no Bradesco, 72%, e no Itaú, 134%. "O Itaú concentrou o crédito na pessoa física e teve de provisionar mais", observa Carminatti.
Daqui para a frente, segundo ele, os bancos devem expandir com moderação suas carteiras de crédito. A projeção do Unibanco é de um crescimento de 20% da carteira, neste ano, com mudança do mix entre varejo e atacado, segundo Travaglia.
Outro traço conservador que aparece no balanço do Unibanco é a volta às aplicações em títulos públicos. A carteira de títulos e valores mobiliários totalizava R$ 22,1 bilhões em junho -com expansão de 35,2% em relação ao primeiro semestre de 2005. "Desse total, 70% são títulos públicos. É uma forma de o banco diluir o risco", afirma Carminatti.


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