São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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Investidores vão seguir de perto índices de inflação

Dados nos EUA e no Brasil pautam agenda da semana

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de menos intensa, a agenda da semana não deverá dar trégua ao mercado financeiro. No centro das atenções dos investidores estará a divulgação de índices de preços.
Na quinta-feira, será apresentado nos EUA o resultado do índice de preços ao consumidor do país -conhecido como CPI. Com a ameaça inflacionária ainda incomodando os investidores, o mercado internacional está sensível a qualquer indicador de preços menos confortável. A expectativa é a de que o CPI aponte inflação de 0,4% no mês passado.
Na semana passada, os dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) optaram por manter a taxa básica de juros americana em 2% anuais.
Mais do que a decisão em si, o que tranqüilizou o mercado foi a nota que o Fed divulgou após o final de seu encontro, em que deu sinais de que um novo ciclo de alta das taxas de juros no país deverá levar ainda algum tempo para ser iniciado.
No Brasil, foi divulgado na sexta passada o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O índice de preços, que serve para o Banco Central monitorar a sua meta de inflação, apresentou variação de 0,53% em julho, abaixo do 0,74% do mês anterior.
Amanhã, a Fipe divulga a primeira prévia de agosto do IPC, que dará sinais de como anda a pressão inflacionária.
Para a Bovespa, quanto menor a inflação, melhor. Isso porque, se as pressões inflacionárias persistirem, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) poderá se sentir obrigado a elevar de forma mais intensa a taxa básica de juros, a Selic, que está em 13% anuais.
"O resultado do IPCA em julho ainda não permite considerar que a meta de inflação será cumprida neste ano, no teto de 6,5%. O resultado ainda está muito acima da variação média observada nos anos anteriores. E a pressão de alta dos preços das commodities persiste, mesmo que moderadamente. Ou seja, o risco de o Copom não cumprir a meta de inflação oficial neste ano permanece elevado", avalia em relatório a Austin Rating.
A quarta-feira concentrará a apresentação de diferentes dados econômicos nos Estados Unidos, como as solicitações de empréstimos hipotecários, as vendas de julho no varejo e os mais recentes números dos estoques de petróleo do país.
Na sexta-feira, o mercado financeiro conhecerá a produção industrial e a utilização da capacidade instalada dos EUA no mês passado. Esses dados são muito importantes por mostrarem como anda a indústria na maior economia do mundo.

Balanços
"Na semana não teremos nenhum grande evento no front interno. O que ditará a tendência da Bolsa local será principalmente o comportamento das commodities nos mercados futuros, além da última safra de balanços que será divulgada, trazendo importantes resultados, como o da Petrobras e o de empresas dos setores energético, siderúrgico e de construção civil", diz Marco Antonio Saravalle, da corretora Coinvalores.
Os lucros do setor bancário brasileiro, que mostraram crescimento nos ganhos com crédito e perda de receita com prestação de serviços, não conseguiram animar os investidores. E isso mesmo com Bradesco e Itaú lucrando mais de R$ 4 bilhões cada um no semestre.
"No exterior, segue o acompanhamento da situação econômica de Estados Unidos e Europa. Destacamos na agenda a divulgação do CPI na quinta e a confiança do consumidor da Universidade de Michigan na sexta", completa Saravalle.


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