|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Carro a álcool segura consumo de combustíveis
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
O consumo crescente de álcool ajudou a manter a venda
de combustíveis no país no
mesmo patamar pré-crise -51
milhões de metros cúbicos entre janeiro e junho, o mesmo
registrado em igual período de
2008. Mais sensível ao ritmo
dos setores produtivos da economia, a venda de óleo combustível e de diesel, porém, ainda está em declínio.
Segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo), embalada
pela retomada da venda de veículos novos, a venda de álcool
hidratado cresceu 26,5% nos
seis primeiros meses do ano
ante igual período de 2008.
O consumo de álcool nas
bombas saltou de 6 milhões de
metros cúbicos para 7,7 milhões de metros cúbicos, o que
representa 63% do volume de
gasolina consumido. A venda
de gasolina se manteve estável
(12 milhões de metros cúbicos).
A venda de diesel, que tem
uso predominante no transporte rodoviário de cargas, caiu
4,8% e fechou em 20,7 milhões
de metros cúbicos.
O consumo de óleo combustível, usado em larga escala pela
indústria, encolheu 8,6%. O número reflete o tombo do setor:
na semana passada, o IBGE havia divulgado que a produção
industrial caiu 13,4% no primeiro semestre, o pior resultado em 33 anos.
A ANP prefere comparar o
consumo de combustíveis no
primeiro semestre com 2007.
Nessa comparação, a evolução
no volume geral foi de 10%.
"O ano de 2008 foi muito atípico. Tivemos um crescimento
forte no início do ano e, depois,
uma forte queda. Comparar
com 2007 elimina essas distorções", diz o diretor da agência
Allan Kardec Duailibe.
O consumo de GNV (Gás Natural Veicular) encolheu 13,8%
neste ano, resultado, de acordo
com a ANP, da vantagem econômica do preço do álcool e do
encarecimento do gás natural.
Para os donos de carros que rodam com etanol, a melhor notícia é a queda no preço do combustível no período, de 5,95%,
mesmo com o consumo maior.
Essa redução no preço resulta de um período de safra mais
extenso. O menor volume de
exportações, sobretudo para os
Estados Unidos, mergulhados
na crise financeira, aumentou a
oferta no mercado brasileiro,
ajudando também a derrubar
os preços, diz a ANP.
O preço do óleo diesel recuou
5,12%, por atuação do governo
federal como medida para atenuar os efeitos da crise econômica, em abril.
A ANP assinou ontem o Plano de Abastecimento do Diesel
S-10. O combustível tem 80%
menos enxofre do que o diesel
S-50, que é fornecido hoje às
frotas de São Paulo, Rio, Recife,
Fortaleza e Belém, e 98% menos enxofre do que o diesel fornecido ao resto do país. O S-10
começa a ser vendido em janeiro de 2013.
Usinas em crise
A ANP afirmou que mantém
um grupo em constante monitoramento da oferta de álcool,
atento à situação financeira das
usinas.
Segundo Duailibe, até o momento não houve necessidade
de intervenção, mas, caso a crise provoque a quebra de alguma empresa a ponto de interferir na demanda, há um plano de
contingência que prevê a criação de estoques reguladores.
"Não há risco de falta de etanol devido à crise financeira
das usinas", disse Duailibe. O
diretor não quis dar detalhes
sobre o plano.
Texto Anterior: Vencedores do pré-sal poderão pagar bônus Próximo Texto: Vinicius Torres Freire: Lucro e emprego nas montadoras Índice
|