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Trabalhadores de usinas do Madeira encerram greve
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
O sindicato que representa as
construtoras das usinas no rio
Madeira (RO) anunciou ontem
o fim da greve iniciada há três
dias pelos trabalhadores em
Santo Antônio e Jirau.
O anúncio foi feito após reunião entre a entidade e os representantes dos funcionários,
ocorrida em Porto Velho (RO).
A volta ao trabalho, diz Renato Lima, presidente do Sinicon
(que representa a indústria da
construção pesada do Estado),
foi uma exigência feita pela entidade para que fossem iniciadas as negociações sobre o reajuste salarial exigido pelos trabalhadores. Uma nova reunião
entre as partes está marcada
para segunda-feira.
A construção das hidrelétricas -os dois maiores projetos
do PAC para geração de energia- é responsabilidade dos
consórcios Energia Sustentável
do Brasil, liderada pela franco-belga Suez Energy (de Jirau), e
Santo Antônio Energia, que
tem à frente a Odebrecht.
O Sticcero, sindicato ligado à
CUT e que representa os cerca
de 9.500 funcionários das construções, pede que o piso salarial
da categoria passe dos atuais
R$ 520 para R$ 750.
Além do aumento, os trabalhadores pedem melhores condições de trabalho, com diminuição da jornada e pagamento
de horas extras e cestas básicas.
De acordo com o Sinicon, entretanto, o atendimento das
reivindicações pode acarretar
um aumento de até 4% no custo total inicialmente previsto.
O custo estimado para a conclusão do complexo é de
R$ 21,2 bilhões. O investimento
adicional seria de cerca de
R$ 850 milhões, cerca de cinco
vezes o que o Estado deve receber em recursos do PAC para
manutenção das suas rodovias.
As hidrelétricas devem levar
energia elétrica para 21 milhões de casas a partir de 2012.
Segundo Lima, do Sinicon, a
queda na produção e a perda de
materiais já comprados causaram prejuízos diários de cerca
de R$ 500 mil em cada obra.
Outras construções em andamento na região também foram atingidas pelo movimento.
Procurados, os representantes dos trabalhadores não foram localizados ontem para comentar o fim da greve.
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