São Paulo, sexta, 11 de setembro de 1998

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País negocia com organismos, diz Malan

da Sucursal de Brasília

O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse ontem que o Brasil, junto com outros países latino-americanos, negocia com organismos internacionais a criação de mecanismos para evitar que a irracionalidade prevaleça nos efeitos da crise financeira internacional sobre a região.
Malan não detalhou que mecanismos seriam esses, em entrevista concedida no início da noite de ontem, depois que o ministério já havia sido obrigado a desmentir rumores a respeito de sua saída do cargo.
Durante reunião com o FMI (Fundo Monetário Internacional), na semana passada em Washington, Malan e outros ministros da região apontaram que é de responsabilidade dos governos e das instituições financeiras multilaterais a adoção de novos mecanismos para proteger as economias dos países latino-americanos.
Questionado se o governo brasileiro estaria negociando empréstimos com algum organismo internacional, Malan não respondeu com clareza.
Disse que "hoje (ontem) não houve nenhuma conversa dos técnicos do governo com técnicos dessas instituições".
Em seguida, acrescentou que há "interações" com esses organismos multilaterais -como o FMI- e com os países desenvolvidos.
Na manhã de ontem, o subgerente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para o Mercosul e a Bolívia, Manoel Rapoport, afirmou que o organismo estuda a abertura de uma linha de crédito para os países da América Latina.
Ainda não há prazo para o fechamento do contrato. Mas a liberação da verba, disse Rapoport ao deixar o prédio do Ministério da Fazenda, poderia ser adiantada por conta da crise.

Atitude
Mais cedo, o presidente Fernando Henrique Cardoso havia mencionado a necessidade de uma atitude por parte dos organismos internacionais.
"O momento chegou para que os líderes do mundo percebam que têm que tomar algumas medidas mais claras no que diz respeito ao Fundo Monetário", disse o presidente.
O porta-voz-adjunto da Presidência, Georges Lamaziere, disse ontem que Fernando Henrique afirmou ser "útil" que o G-7 (grupo dos sete países mais industrializados, acrescidos da Rússia) discutam a crise com os chefes de Estado de outros países.
Segundo Lamaziere, FHC afirmou que um convite para uma reunião como essa deve partir do próprio G-7. "O presidente considera esse tipo de encontro útil, mas não cabe a ele (decidir isso)", afirmou ele.



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