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País negocia com organismos, diz Malan
da Sucursal de Brasília
O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse ontem que o Brasil, junto
com outros países latino-americanos, negocia com organismos internacionais a criação de mecanismos para evitar que a irracionalidade prevaleça nos efeitos da crise
financeira internacional sobre a
região.
Malan não detalhou que mecanismos seriam esses, em entrevista
concedida no início da noite de
ontem, depois que o ministério já
havia sido obrigado a desmentir
rumores a respeito de sua saída do
cargo.
Durante reunião com o FMI
(Fundo Monetário Internacional),
na semana passada em Washington, Malan e outros ministros da
região apontaram que é de responsabilidade dos governos e das
instituições financeiras multilaterais a adoção de novos mecanismos para proteger as economias
dos países latino-americanos.
Questionado se o governo brasileiro estaria negociando empréstimos com algum organismo internacional, Malan não respondeu
com clareza.
Disse que "hoje (ontem) não
houve nenhuma conversa dos técnicos do governo com técnicos
dessas instituições".
Em seguida, acrescentou que há
"interações" com esses organismos multilaterais -como o
FMI- e com os países desenvolvidos.
Na manhã de ontem, o subgerente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para o
Mercosul e a Bolívia, Manoel Rapoport, afirmou que o organismo
estuda a abertura de uma linha de
crédito para os países da América
Latina.
Ainda não há prazo para o fechamento do contrato. Mas a liberação da verba, disse Rapoport ao
deixar o prédio do Ministério da
Fazenda, poderia ser adiantada
por conta da crise.
Atitude
Mais cedo, o presidente Fernando Henrique Cardoso havia mencionado a necessidade de uma atitude por parte dos organismos internacionais.
"O momento chegou para que
os líderes do mundo percebam
que têm que tomar algumas medidas mais claras no que diz respeito
ao Fundo Monetário", disse o
presidente.
O porta-voz-adjunto da Presidência, Georges Lamaziere, disse
ontem que Fernando Henrique
afirmou ser "útil" que o G-7 (grupo dos sete países mais industrializados, acrescidos da Rússia) discutam a crise com os chefes de Estado de outros países.
Segundo Lamaziere, FHC afirmou que um convite para uma
reunião como essa deve partir do
próprio G-7. "O presidente considera esse tipo de encontro útil,
mas não cabe a ele (decidir isso)",
afirmou ele.
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