São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2008

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Crise derruba Bolsa da Índia, e BC anuncia ajuda aos bancos

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A MUMBAI

Um súbito e violento vendaval atingiu Mumbai na noite de ontem, levantando enormes nuvens de poeira e afugentando os moradores das ruas da capital financeira da Índia. Parecia um capricho da natureza para encerrar o dia de pânico vivido pela Bolsa de Mumbai, que acumulou a maior queda semanal em 18 anos.
O premiê indiano, Manmohan Singh, interrompeu uma visita a Srinagar, no norte do país, para acalmar os investidores. O governo tem reiterado que os fundamentos da economia não foram abalados pela crise e que o crescimento do PIB deve ficar próximo de 8% neste e no próximo ano.
Para aliviar a falta de liquidez, o banco central da Índia anunciou um corte de 150 pontos básicos nos depósitos compulsórios dos bancos, para 7,5% -a injeção de recursos deve ultrapassar US$ 10 bilhões.
"Garantimos aos cidadãos que responderemos rapidamente e daremos os passos necessários para injetar liquidez", disse o ministro de Finanças indiano, P. Chidambaram, que cancelou viagem a Washington, onde participaria da reunião do G20 e criou um grupo de discussão com especialistas.
Mas nem as garantias do governo, nem a decisão do BC, acalmaram a Bolsa indiana, que chegou a cair 9,6%, antes de fechar em queda de 7,07%. Um dos mais atingidos foi o ICICI, o segundo maior banco privado do país, que recuou 19,71%, com rumores de que pode ser o primeiro a precisar de socorro.
A diretora-adjunta do ICICI, Chanda Kochhar, apesar de garantir que há liquidez, prevê que "a luz ainda está longe do túnel". As ações do ICICI já caíram mais de 70% neste ano.
Em meio à crise, a gigante de tecnologia Infosys disse que a receita cresceu 17% no último trimestre. Mas a segunda maior exportadora de serviços tecnológicos rebaixou a projeção de avanço neste ano, de 19% a 21% para 13,1% a 15,2%.

O jornalista viajou a convite do India Brand Equity Foundation



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