São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2008 |
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Para FMI, alta do dólar é "ação especulativa"
Diretor do Fundo diz que os bancos centrais do Brasil e da região estão em "alerta máximo" e "reagindo adequadamente'
O FMI (Fundo Monetário
Internacional) atribuiu a escalada da cotação do dólar no Brasil a um "overshooting" (especulação exagerada que provoca
alta de preços) de investidores
e operadores no mercado de
câmbio do país.
Para o Fundo, apesar de as
contas externas do Brasil estarem hoje no vermelho, o país
não deve ter nenhuma dificuldade para financiá-las com dólares de fora de investimentos
produtivos e especulativos.
Isso se o cenário internacional atual não se deteriorar muito mais, o que tornaria "imprevisível" qualquer projeção de
médio ou longo prazos.
"A pressão sobre o dólar advém de um "overshooting". Toda vez que há uma crise, isso
acontece. Mesmo quando o
Banco Central toma as medidas
certas, e vem tomando, elas demoram um pouco para convencer os investidores de que são
consistentes", afirmou em entrevista Anoop Singh, diretor
do Departamento para o Hemisfério Ocidental do FMI.
"O fato de o dólar ainda não
estar recuando não significa
que isso não vai acabar acontecendo." Singh disse que os BCs
do Brasil e da região estão em
"alerta máximo" e "reagindo
adequadamente".
O indiano afirmou ainda que
o Brasil deve continuar atraindo investimentos produtivos
em um nível considerável. O
FMI leva em conta que, ao contrário dos países avançados, os
emergentes é que devem sustentar o crescimento mundial
neste ano e no próximo.
Para o Brasil, o FMI prevê
crescimento de 5,2% em 2008 e
de 3,5% em 2009, acima da média da América Latina pela primeira vez em vários anos.
"Nos últimos anos, o Brasil
tem recebido quantidades
enormes e crescentes de investimentos diretos estrangeiros.
Mesmo nas últimas semanas,
com tudo o que vem acontecendo, o balanço tem sido extremamente positivo", disse.
"O Brasil continua um país
atrativo, e o grau de investimento vai ajudar."
A entrevista de Singh ontem
foi a última como diretor do
Departamento para o Hemisfério Ocidental. Ele passará agora
a outra área, relacionada com
os mercados asiáticos.
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