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Congresso americano estuda fazer novo pacote
Oposição quer mais um programa, de
US$ 150 bi, para estimular a economia
Republicanos, partido de Bush, não se manifestaram, mas funcionários disseram que a princípio não há oposição à proposta
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O Congresso norte-americano pode aprovar outro pacote
de auxílio financeiro e estímulo
fiscal, dessa vez de US$ 150 bilhões. Os principais beneficiados seriam os governos estaduais e municipais atualmente
em dificuldade para fechar as
contas por conta da crise econômica e a população de baixa
renda. O valor vem se somar
aos US$ 850 bilhões recordes
aprovados na semana passada.
Uma das medidas pode ser a
eliminação temporária da necessidade dos governos estaduais de investirem suas contrapartidas no Medicaid, programa federal de saúde pública
para população de baixa renda,
liberando-os para pagar folhas
de pagamento e evitando cortes
em educação. Um dos primeiros atingidos pela crise de crédito que toma os EUA foi o setor público, principalmente o
de Estados e municípios.
Na semana passada, o governador da Califórnia, o republicano Arnold Schwarzenegger,
veio a público dizer que pediria
um empréstimo de US$ 7 bilhões para conseguir fechar as
contas do ano. O Estado, o mais
rico do país, tem um PIB de
US$ 1,8 trilhão, atrás apenas de
seis países no mundo e US$ 500
bilhões maior que o do Brasil.
Naquele dia, a Câmara dos
Representantes (deputados federais) votava o pacote do plano Paulson, a maior intervenção no mercado financeiro da
história dos EUA, e o ato foi visto por analistas políticos como
uma forma de o governador
pressionar os colegas de partido que ainda hesitavam em dar
seu "sim". Mas o fato é que o
Estado foi um dos mais atingidos pela crise hipotecária.
No auge da bolha imobiliária,
os valores dos imóveis subiram
mais acentuadamente na Califórnia, mas começaram a cair
antes também, em 2005. Hoje,
o Estado tem uma taxa de desemprego de 7,7%, superior à
média nacional, de 6,1%, e uma
das maiores do país. Outras regiões que começam a sentir os
efeitos da crise são as de Nova
York e Washington, incluindo
os Estados vizinhos de Maryland e Virgínia.
O anúncio foi feito pela presidente do Congresso, a democrata Nancy Pelosi. "Com tudo
o que aconteceu nas últimas semanas, [o pacote] terá de ser
provavelmente mais perto dos
US$ 150 bilhões para investir
em nossa economia, criar empregos, ajudar os Estados, ajudar os homens e as mulheres
espalhados pelo país", disse. O
líder da maioria democrata no
Senado, Harry Reid, afirmou
ver a proposta com bons olhos.
Os republicanos não se manifestaram oficialmente, mas
funcionários dos gabinetes dos
líderes do partido do governo
das duas Casas disseram que a
princípio não havia oposição.
Os democratas controlam o
Congresso hoje. Embora o Legislativo esteja em seu recesso
eleitoral até a eleição do dia 4,
os líderes combinaram de se
encontrar com um grupo de
economistas já na segunda-feira para discutir o novo plano.
Podem também entrar no
pacote extensões dos programas federais de auxílio-desemprego, auxílio-alimentação e
energia subsidiada, todos voltados para a população de baixa
renda dos Estados Unidos.
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