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Especialistas
pedem corte de
gastos públicos
DO ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR
O mantra no Encontro Nacional de Economia foi o do
ajuste fiscal. Ajuste, ressaltavam todos, que não pode
mais ocorrer com aumento
de receita, leiam-se impostos, mas com racionalização
e corte de gastos.
Rogério Sobreira, da Fundação Getulio Vargas do Rio,
relatou as experiências de
vários países que fizeram o
ajuste fiscal. Ao contrário do
que teme parte dos economistas (que um corte drástico do gasto público levaria a
queda no nível de atividade),
diz ele, a experiência internacional mostra que cortes
de gastos, se bem-feitos, têm
impacto expansionista. "O
ajuste é bem-sucedido se
ocorrer com queda no gasto,
não com aumento da receita,
e se for contínuo. Se a percepção é que o ajuste é permanente, os gastos privados,
o investimento, reagem."
Yoshiaki Nakano, da FGV-SP e colunista da Folha, defendeu um ajuste ainda mais
drástico, que passaria pela
reorganização da máquina
pública e pela mudança na
distribuição de recursos entre governo federal, Estados
e municípios. Sem uma mudança assim, afirmou ele, é
difícil crescer mais do que o
Brasil tem crescido.
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