|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresas e governos de países emergentes voltam a captar no mercado internacional
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresas e governos de países emergentes voltaram ao
mercado de capitais internacional no trimestre passado, de
acordo com relatório do BIS
(Banco de Compensações Internacionais). No segundo trimestre deste ano, a emissão líquida de papéis de governos ou
empresas dos países em desenvolvimento foi de minguados
US$ 2 bilhões, contra US$ 44,7
bilhões do trimestre anterior.
No terceiro trimestre, as
emissões voltaram a ganhar fôlego, e o mundo em desenvolvimento emitiu, em termos líquidos, US$ 23,9 bilhões em papéis -títulos ou ações.
"Os governos de países emergentes praticamente não haviam ido ao mercado desde
abril", ressalta o relatório do
BIS. De fato, a maior parte da
recuperação das emissões
ocorreu por conta do setor privado, enquanto os governos,
com raras exceções, como o
Brasil, continuam sem recorrer
ao financiamento externo.
Mesmo quem voltou, como
Brasil e México, lembra o relatório, o fez timidamente. "O setor privado excedeu em muito
as captações do setor público."
A redução drástica das emissões soberanas, como são chamadas as operações feitas por
governos, é compreensível. Segundo o BIS, a tendência é explicada por dois fatores. Por um
lado, a situação fiscal da maioria dos países é hoje bem melhor que no passado, o que diminui a necessidade de financiamento. Por outro, governos
têm preferido trocar endividamento externo por interno, como é o caso do Brasil.
Assim, dos US$ 23,9 bilhões
de emissões líquidas no terceiro trimestre, US$ 15,3 bilhões,
ou 64%, foram de aumento de
emissões de instituições financeiras. As emissões de empresas explicam 25% do total. Os
governos de países emergentes,
com emissões líquidas de US$
2,5 bilhões, responderam apenas por quase 11% das emissões
líquidas no terceiro trimestre.
Ainda que baixo, o volume de
US$ 2,5 bilhões de emissões líquidas de governos emergentes
mostra uma mudança drástica
em relação ao segundo trimestre, quando esses governos tiveram emissão líquida negativa
-tiraram papéis do mercado-
no valor de US$ 20 bilhões.
Mas não está claro ainda se a
tendência de pagamento de dívida externa pública dos países
emergentes já acabou. Mesmo
no terceiro trimestre, apenas 7
dos 28 países em desenvolvimento acompanhados pelo BIS
fizeram emissões líquidas -os
demais ou não foram a mercado ou reduziram suas dívidas.
Texto Anterior: Especialistas pedem corte de gastos públicos Próximo Texto: Bancos estrangeiros iniciam corrida por US$ 4,3 tri na China Índice
|