São Paulo, sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

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Indústria se acelera, mas setor agrícola encolhe

DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO ESPECIAL DO RIO

Beneficiada pela alta dos investimentos e pelas medidas de estímulo do governo, a indústria reagiu e cresceu 2,9% na comparação livre de efeitos sazonais com o segundo trimestre, embora ainda esteja distante de zerar as perdas provocadas pela crise. O mesmo, porém, não ocorreu com a agropecuária, cujo PIB encolheu 2,5% nessa base de comparação, na esteira da quebra das safras de café e de trigo.
Apesar do novo fôlego, a indústria vive ainda uma fase de recuperação limitada e vai demorar pelo menos mais um ano para recompor tudo o que perdeu com a crise e recuperar seu nível de produção, de acordo com especialistas. Em relação ao terceiro trimestre de 2008, o setor amarga ainda forte queda, de 6,9%, segundo o IBGE.
Ante 2008, todos os setores ligados à produção de bens de capital destacam-se entre os de pior desempenho, ressalta Rebecca Palis, gerente de Contas Trimestrais do IBGE. Entre eles estão metalurgia, máquinas e equipamentos e veículos -este último, voltado também para bens duráveis, como automóveis. Outro ramo que também puxou para baixo o setor industrial foi o de minério de ferro, cuja extração caiu 22% no terceiro trimestre. Por outro lado, a produção de petróleo cresceu 4,8% e evitou um desempenho pior da indústria.
Segundo Sérgio Vale, economista da MB Associados, os investimentos começam a ganhar corpo e a indústria de bens de capital (máquinas e equipamentos) já sente essa retomada, que deve se acelerar no ano que vem.
Vale diz que o setor fabril poderia ter reagido de forma ainda pior à crise não fossem as medidas de estímulo do governo, que cortou tributos e financiou alguns setores (como o de máquinas e equipamentos).
A agropecuária sofreu com a redução de importantes lavouras (café, trigo e especialmente soja), além de diminuir exportações diante da crise global. Tal efeito foi sentido principalmente na pecuária de corte.

Imune à crise
Voltado para o mercado interno, o setor de serviços saiu-se melhor e cresceu 2,1% na comparação com o terceiro trimestre de 2008. Houve alta de 1,6% ante o segundo na taxa com ajuste sazonal.
Nesse caso, foram destaque os ramos que não dependem diretamente da indústria (como transporte e comércio) e estão vinculados à expansão da renda. São exemplos os ramos financeiro, de outros serviços (alimentação e alojamento), serviços de informação (telefonia) e administração pública.


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