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Indústria se acelera, mas setor agrícola encolhe
DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO ESPECIAL DO RIO
Beneficiada pela alta dos investimentos e pelas medidas de
estímulo do governo, a indústria reagiu e cresceu 2,9% na
comparação livre de efeitos sazonais com o segundo trimestre, embora ainda esteja distante de zerar as perdas provocadas pela crise. O mesmo, porém, não ocorreu com a agropecuária, cujo PIB encolheu 2,5%
nessa base de comparação, na
esteira da quebra das safras de
café e de trigo.
Apesar do novo fôlego, a indústria vive ainda uma fase de
recuperação limitada e vai demorar pelo menos mais um ano
para recompor tudo o que perdeu com a crise e recuperar seu
nível de produção, de acordo
com especialistas. Em relação
ao terceiro trimestre de 2008, o
setor amarga ainda forte queda,
de 6,9%, segundo o IBGE.
Ante 2008, todos os setores
ligados à produção de bens de
capital destacam-se entre os de
pior desempenho, ressalta Rebecca Palis, gerente de Contas
Trimestrais do IBGE. Entre
eles estão metalurgia, máquinas e equipamentos e veículos
-este último, voltado também
para bens duráveis, como automóveis. Outro ramo que também puxou para baixo o setor
industrial foi o de minério de
ferro, cuja extração caiu 22%
no terceiro trimestre. Por outro lado, a produção de petróleo
cresceu 4,8% e evitou um desempenho pior da indústria.
Segundo Sérgio Vale, economista da MB Associados, os investimentos começam a ganhar corpo e a indústria de
bens de capital (máquinas e
equipamentos) já sente essa
retomada, que deve se acelerar
no ano que vem.
Vale diz que o setor fabril poderia ter reagido de forma ainda pior à crise não fossem as
medidas de estímulo do governo, que cortou tributos e financiou alguns setores (como o de
máquinas e equipamentos).
A agropecuária sofreu com a
redução de importantes lavouras (café, trigo e especialmente
soja), além de diminuir exportações diante da crise global.
Tal efeito foi sentido principalmente na pecuária de corte.
Imune à crise
Voltado para o mercado interno, o setor de serviços saiu-se melhor e cresceu 2,1% na
comparação com o terceiro trimestre de 2008. Houve alta de
1,6% ante o segundo na taxa
com ajuste sazonal.
Nesse caso, foram destaque
os ramos que não dependem diretamente da indústria (como
transporte e comércio) e estão
vinculados à expansão da renda. São exemplos os ramos financeiro, de outros serviços
(alimentação e alojamento),
serviços de informação (telefonia) e administração pública.
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