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Indústria diz que corte é insuficiente
Setor de varejo e centrais sindicais também cobram mais ousadia do Banco Central na redução da taxa básica de juros
Para a Fiesp, se os juros não caírem no curto prazo,
equipe econômica será
responsabilizada pelo
aumento do desemprego
Lula Marques/Folha Imagem
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Paulinho (Força) bate em boneco de Meirelles em frente ao BC
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora considerem que a
redução da Selic venha na direção correta, representantes da
indústria, do varejo e de centrais sindicais dizem que o corte de 1,5 ponto percentual nos
juros ainda não está na medida
adequada e pedem ousadia do
Banco Central.
Segundo o presidente da
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
Paulo Skaf, o Copom (Comitê
de Política Monetária) precisa
agir com mais rapidez para evitar o agravamento do quadro de
retração econômica, depois da
queda de 3,6% no PIB no quarto trimestre de 2008. Para ele, o
órgão deveria se reunir de 15
em 15 dias e promover reduções graduais até a Selic chegar
a um nível entre 7% e 8%.
"Os responsáveis pela política econômica serão, também,
os responsáveis pelo desemprego no Brasil se, a curto prazo, não acontecerem novos cortes na Selic", disse, em nota.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), considera
"frustrante" a redução de 1,5
ponto na taxa Selic. "Esse movimento de aceleração no corte
dos juros não tem a intensidade
necessária ao momento", disse.
"O BC ainda mostra descompasso com o esforço de evitar a
recessão."
Na mesma linha, o presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Alencar Burti, qualificou como "tímida" a
decisão do Copom. "Esperávamos que a coragem revelada
pelas autoridades monetárias
em elevar as taxas de juros fosse demonstrada agora com
uma redução mais ousada."
Para a CUT (Central Única
dos Trabalhadores), a queda
dos juros "era a única decisão
aceitável diante da conjuntura". Mas a central avalia que a
queda é " tardia".
"O Brasil ainda tem chances
de registrar crescimento em
2009, e devemos ser ousados
para não perder a oportunidade", disse o presidente da central, Artur Henrique.
A Força Sindical classificou a
decisão do Copom como "nefasta" para os trabalhadores.
"Os insensíveis tecnocratas do
Banco Central perderam uma
ótima oportunidade de afrouxar um pouco a corda que está
estrangulando o setor produtivo, que gera emprego e renda.
Infelizmente, mais uma vez, o
governo se curva diante dos especuladores", diz Paulo Pereira
da Silva, presidente da central.
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