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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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CURTO-CIRCUITO

Consumo em janeiro é menor que em maio de 2001, mas superior ao do ano passado; indústria lidera retomada

Uso de luz é menor que pré-racionamento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quase um ano após o fim do racionamento, o consumo de energia no país continua abaixo do nível registrado antes de a medida ser adotada, em junho de 2001.
De acordo com relatório da Eletrobrás, em janeiro deste ano foram consumidos 25.163 GWh de energia, 4,4% abaixo do registrado em maio de 2001, um mês antes da entrada em vigor das restrições ao consumo de energia, e 2,8% menor do que o verificado em janeiro daquele mesmo ano.
Considerando o acumulado nos últimos 12 meses, a indústria continua liderando a retomada do consumo de energia. Segundo a análise da Eletrobrás, isso se deve à desvalorização cambial, que impulsionou a produção nos setores ligados à exportação. O consumo dessa categoria em janeiro está apenas 0,7% abaixo do registrado no mesmo período de 2001.
Em janeiro, por causa do calor -e do maior uso de aparelhos de ar-condicionado-, o aumento no consumo de energia foi liderado pela classe residencial, com crescimento de 17,6% em relação a janeiro de 2002. No acumulado dos últimos 12 meses, pela primeira vez desde julho de 2001, houve crescimento nessa categoria: 2,3%.
Ainda assim, o consumo médio residencial continua baixo -140 kWh/mês. Esse patamar é 20% menor do que o registrado antes do racionamento. A Eletrobrás calcula que o consumo médio residencial só vai atingir os níveis pré-racionamento em 2008.

Geração própria
O racionamento causou efeitos permanentes no consumo de energia da indústria. Segundo o relatório, houve aumento de geração própria das indústrias. Ou seja, durante o racionamento, para não deixar de produzir, as indústrias investiram para gerar a energia que consomem.
De acordo com números da Eletrobrás, por causa dos investimentos em geração própria de energia, as geradoras e distribuidoras deixaram de vender para as indústrias 242 GWh.
Isso aconteceu principalmente na região Sudeste. Como a Eletrobrás mede o consumo apenas pelo que é faturado pelas geradoras e distribuidoras, essa região registra o menor crescimento de consumo de energia na indústria: 3,1% nos últimos 12 meses. O crescimento médio do consumo de energia na indústria nos últimos 12 meses foi de 5,7%.
Esse menor consumo de energia está fazendo o setor passar por um excesso de oferta, com aproximadamente 7.500 MW médios sobrando no sistema. As geradoras estão deixando de faturar aproximadamente R$ 5 bilhões.


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