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CURTO-CIRCUITO
Consumo em janeiro é menor que em maio de 2001, mas superior ao do ano passado; indústria lidera retomada
Uso de luz é menor que pré-racionamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Quase um ano após o fim do racionamento, o consumo de energia no país continua abaixo do nível registrado antes de a medida
ser adotada, em junho de 2001.
De acordo com relatório da Eletrobrás, em janeiro deste ano foram consumidos 25.163 GWh de
energia, 4,4% abaixo do registrado em maio de 2001, um mês antes da entrada em vigor das restrições ao consumo de energia, e
2,8% menor do que o verificado
em janeiro daquele mesmo ano.
Considerando o acumulado nos
últimos 12 meses, a indústria continua liderando a retomada do
consumo de energia. Segundo a
análise da Eletrobrás, isso se deve
à desvalorização cambial, que impulsionou a produção nos setores
ligados à exportação. O consumo
dessa categoria em janeiro está
apenas 0,7% abaixo do registrado
no mesmo período de 2001.
Em janeiro, por causa do calor
-e do maior uso de aparelhos de
ar-condicionado-, o aumento
no consumo de energia foi liderado pela classe residencial, com
crescimento de 17,6% em relação
a janeiro de 2002. No acumulado
dos últimos 12 meses, pela primeira vez desde julho de 2001,
houve crescimento nessa categoria: 2,3%.
Ainda assim, o consumo médio
residencial continua baixo -140
kWh/mês. Esse patamar é 20%
menor do que o registrado antes
do racionamento. A Eletrobrás
calcula que o consumo médio residencial só vai atingir os níveis
pré-racionamento em 2008.
Geração própria
O racionamento causou efeitos
permanentes no consumo de
energia da indústria. Segundo o
relatório, houve aumento de geração própria das indústrias. Ou seja, durante o racionamento, para
não deixar de produzir, as indústrias investiram para gerar a energia que consomem.
De acordo com números da Eletrobrás, por causa dos investimentos em geração própria de
energia, as geradoras e distribuidoras deixaram de vender para as
indústrias 242 GWh.
Isso aconteceu principalmente
na região Sudeste. Como a Eletrobrás mede o consumo apenas pelo que é faturado pelas geradoras
e distribuidoras, essa região registra o menor crescimento de consumo de energia na indústria:
3,1% nos últimos 12 meses. O
crescimento médio do consumo
de energia na indústria nos últimos 12 meses foi de 5,7%.
Esse menor consumo de energia está fazendo o setor passar por
um excesso de oferta, com aproximadamente 7.500 MW médios
sobrando no sistema. As geradoras estão deixando de faturar
aproximadamente R$ 5 bilhões.
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