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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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APERTO FLEXÍVEL

Ministro do Planejamento critica diretor do Fundo, que sugeriu ao governo que não usasse "truques" no Orçamento

Mantega reage a "conselho" de Köhler a Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, criticou ontem o diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Horst Köhler, que aconselhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a não "usar truques" para ampliar recursos orçamentários.
"O FMI não deve dizer o que o Lula tem de fazer", disse Mantega ontem pela manhã, antes de uma reunião de trabalho com ministros do Peru no Itamaraty.
A recomendação de Köhler foi dada anteontem, no encontro do FMI em Washington, em resposta a idéias que circulam no governo petista para abrandar o acordo com o Fundo.
Uma delas, descartada pelo Ministério da Fazenda, é retirar os gastos sociais do cálculo das metas fiscais impostas ao país.
O dirigente do Fundo defendeu a manutenção da transparência nas contas públicas do país, que considerou o fator mais importante para obter a credibilidade dos investidores internacionais.
Apesar do conselho, Köhler afirmou estar "profundamente impressionado" com a atuação do governo Lula. Disse que o FMI está pronto para ouvir o governo brasileiro e ser mais flexível.

Gastos sociais
Köhler reconheceu a necessidade de aumento dos gastos no setor social para combater a fome, prioridade política de Lula.
Também anteontem, Mantega anunciou um novo mecanismo para a política fiscal a partir de 2005, que pode depender de negociações com o FMI -se o Brasil for obrigado a prorrogar até lá o acordo com o organismo, que expira em setembro.
Pela sistemática, as metas fiscais serão abrandadas em períodos de estagnação econômica, para evitar danos adicionais à produção e aos investimentos.
O inverso, em tese, ocorrerá em períodos de crescimento econômico acima do esperado.
Mantega disse que não espera repercussão negativa dos mercados e de organismos internacionais à proposta. "Eu acho que não vai haver reclamações", afirmou.
Para o ministro, a idéia não foi bem compreendida.


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