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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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RIQUEZA AMERICANA

Petróleo pressiona inflação no atacado

Confiança do consumidor e venda do varejo se recuperam nos EUA

Ron Edmonds/Associated Press
Greenspan, do Fed, deixa reunião no Tesouro, em Washington


DA REDAÇÃO

Números divulgados ontem sugerem que a economia norte-americana talvez não esteja em um estado tão fragilizado como se pensava. As vendas no varejo tiveram uma forte recuperação no mês passado, e o humor dos consumidores se recuperou depois do início da guerra.
De acordo com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, as vendas no varejo cresceram 2,1% no mês passado, depois de terem caído 1,3% em fevereiro. Trata-se do maior ganho desde outubro de 2001 e o segundo maior desde 1992.
Em outro bom sinal, a estimativa inicial do índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan exibiu uma recuperação neste mês, no que seria um reflexo do bom andamento da campanha no Iraque.
O indicador, que havia caído no mês passado ao seu menor patamar em dez anos, subiu para 83,2 pontos, o melhor resultado em quatro meses. Em março, o índice ficou em 77,6 pontos.
"É o ponto de virada", disse Ram Bhagavatula, economista chefe da divisão de investimentos do Royal Bank of Scotland. "Os consumidores continuam a surpreender, e a recuperação da confiança deve sustentar os gastos, estimulando a economia."
A inflação no atacado, por outro lado, ficou bem acima do previsto. O índice fechou o mês passado com alta de 1,5%, o segundo maior repique dos últimos dez anos, puxado pelo preço dos combustíveis. No trimestre, a taxa anualizada foi de 17,4%.
De uma maneira geral, os investidores consideraram os números positivos, e as Bolsas iniciaram o dia em alta. Mas a preocupação quanto aos lucros corporativos afetou o humor dos mercados, e o índice Dow Jones encerrou o dia com um ligeiro recuo de 0,2%.
O consumo das famílias produz dois terços do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA. A manutenção dos elevados níveis de gastos é fundamental para que o país escape de uma estagnação, o que se refletiria em todo o mundo.
Os EUA, com menos de 5% da população mundial, respondem por um terço do PIB do planeta. Mais importante, nos últimos anos o país tem sido responsável por mais da metade do crescimento global, o que tornou o mundo muito dependente dos norte-americanos.
Boa parte do avanço nas vendas do varejo no mês passado ocorreu devido ao comércio de carros. Fora a categoria de autos, que teve um avanço de 5,3%, o aumento ficou em 1,1%.
Além disso, em fevereiro os consumidores permaneceram afastados das lojas por causa das nevascas que atingiram o país. Pode ter havido, então, uma compensação no mês passado.


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