|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IPCA tem menor taxa para março desde 2000
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo) ficou em
0,37% em março -menor taxa
para o mês desde 2000. Em fevereiro, a inflação foi de 0,44%,
segundo o IBGE. Sem o reajuste das mensalidades de fevereiro, o índice desacelerou, mas se
manteve pressionado por causa
dos aumentos dos alimentos,
especialmente os in natura, de
acordo com o IBGE.
O grupo educação cedeu de
alta de 3,48% em fevereiro para
variação positiva de 0,02% em
março. O aumento dos alimentos acelerou de 0,78% em fevereiro para 0,98% em março. O
grupo alimentação teve a principal pressão, com contribuição de 0,20 ponto percentual, o
que corresponde a 54% da variação do IPCA no mês.
Eulina Nunes dos Santos,
coordenadora da Índices de
Preços do IBGE, disse que o clima é o principal responsável
pela pressão, com chuvas em
excesso em algumas regiões e
estiagem em outras. O efeito do
clima afetou preços de hortifruti como cebola (22,7%), cenoura (13,18%) e tomate
(19,95%). Sozinho, o tomate teve peso de 0,05 ponto no IPCA
de março, mais do que o da gasolina, que variou 0,72% e contribuiu com 0,03 ponto. No primeiro trimestre, o tomate acumula alta de 93,80% -no ano
de 2006, havia caído 4,16%.
Para o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, os
preços dos alimentos "chegaram ao pico e a tendência é de
boa queda nas próximas semanas, o que deve compensar o
reajuste [de até 3%] dos remédios". Ante a perspectiva, estima IPCA de 0,30% em março.
Carlos Thadeu de Freitas Filho, economista da UFRJ, também espera retração dos preços
dos alimentos, tanto dos in natura quanto dos que sofrem influência do milho, que subiu
por conta da maior demanda de
álcool nos EUA. "Os preços do
milho, que subiram 80% no segundo semestre de 2006, já devolveram parte da alta e estão
com queda de 30% no ano". Sob
impacto do milho para ração,
subiram os preços de ovos
(10,10%) e frango (1,79%).
Como os alimentos pesam
mais na cesta de consumo dos
mais pobres, o INPC (Índice
Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação de
famílias com renda de até oito
salários mínimos, teve alta de
0,44% em março. O IPCA pesquisa famílias com rendimento
de até 40 salários mínimos.
Em 12 meses, o IPCA acumula inflação de 2,96%.
Texto Anterior: Mudança não indica flexibilização monetária
Próximo Texto: Análise: Troca é "vitória" dos que defendem juros menores
Índice
|
