São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2008

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Indústria tem "folga" energética, diz pesquisa

DA SUCURSAL DO RIO

Uma pesquisa realizada pela Unicamp a pedido da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) mostra que os setores da indústria que estão puxando o crescimento econômico são os que consomem menos energia. Isso mostraria, segundo os pesquisadores, uma relativa "folga" para a atividade industrial brasileira, o que é contestado pelo setor.
"Os setores que juntos consomem cerca de 60% do total da indústria estão tendo crescimento abaixo da média. Isso não significa que estamos livres de problemas, mas mostra que o aumento da produção não está pressionando em demasia a oferta [de energia]", diz o economista Célio Hiratuka, da Unicamp.
O levantamento relaciona dois dados: a taxa de crescimento da produção industrial e o indicador de intensidade energética-que mede a energia usada. Quanto maior o indicador, maior o uso de energia.
Segmentos que tiveram, em 2007, os maiores percentuais de crescimento, como o de máquinas e o de automóveis, têm baixa intensidade energética, segundo o estudo. Já os de alta intensidade, como metalurgia, alimentos e refino de petróleo, cresceram abaixo da média.
O presidente da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais), Ricardo Lima, discorda do diagnóstico da Unicamp: "Vejo ainda um cenário de significativa restrição da oferta." Segundo ele, os setores mais intensivos estão até "se tornando autoprodutores [de energia], apesar de todas as dificuldades".


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