São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2008

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Dólar instável requer cautela em viagem

Analistas sugerem que turistas definam formas de quitar gastos no planejamento das férias de acordo com o seu perfil

Taxas para o uso de travel cheque e cartão de crédito internacional podem variar, assim como preço na compra de dólar em bancos

DA REPORTAGEM LOCAL

A oscilação constante do dólar preocupa ainda mais as pessoas quando o período de férias se aproxima.
Para quem planeja viajar para o exterior, aproveitando o recesso de julho, atenção aos gastos que serão realizados em moeda estrangeira é fundamental.
Como ninguém pode afirmar com precisão quanto estará a cotação do dólar em determinada data, definir a forma de quitar esses gastos é um passo importante no planejamento das férias.
"Tudo vai depender muito do perfil da pessoa. Se for muito conservador, tiver medo das oscilações futuras da moeda, pode comprar [dólares, travel cheque] já, pois, de qualquer forma, o dólar está barato", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
O dólar comercial encerrou as operações de sexta-feira vendido a R$ 1,686. Apesar de essa taxa não ser oferecida diretamente às pessoas que procurem um banco ou uma casa de câmbio, são uma referência para as cotações cobradas na fatura do cartão de crédito internacional.
O travel cheque, que tem se tornado cada vez mais popular dentre os viajantes que o papel-moeda, estava com taxa de R$ 1,765 no Banco do Brasil na sexta-feira. As taxas praticadas pelos bancos não são exatamente iguais. Na mesma instituição financeira, o dólar turismo era negociado a R$ 1,78 no fim da semana.
Há também o chamado dólar paralelo, praticado em algumas casas de câmbio e turismo, que costuma ser bem mais caro, por exigir menos burocracia para ser adquirido pelo cliente. Esse tipo encerrou a sexta-feira cotado a R$ 1,88.
"Como não se sabe com exatidão quanto estará o dólar no futuro próximo, é difícil cravar qual o melhor momento para se comprar. Mas entendo que a moeda está perto de seu piso. Pode até cair mais um pouco, mas não acho que daqui para as férias, no curto prazo, a cotação se altere exageradamente", diz Colombo.
Normalmente, os bancos vendem dólar em espécie preferencialmente a seus clientes. Ao procurar seu banco -ou a agência de turismo, se for adquirir um pacote- o cliente deve pedir informações sobre qual seria a forma mais barata, prática e segura para quitar seus gastos no exterior.
O travel cheque tem a preferência de muitos por sua facilidade e segurança. Como é vendido pelos bancos, pode ser debitado em conta corrente e, por serem pré-pagos, facilitam o planejamento dos gastos.
Já o cartão de crédito, que ganha no quesito praticidade, pode surpreender desagradavelmente no momento em que chegar a fatura. Isso porque os gastos podem sofrer influência de oscilações mais bruscas da moeda. Se as cotações no dia do gasto e no vencimento da fatura divergirem muito, o banco acaba por fazer um ajuste para calcular as despesas finais em reais.
Em momentos de maior instabilidade, o resultado pode acabar por surpreender desagradavelmente o consumidor.
"O dólar está atualmente em um valor muito baixo. Quem vai viajar logo, já deveria comprar. Com a proximidade do período de férias, é possível até que as cotações [do câmbio turismo] sintam alguma pressão devido ao aumento da demanda", afirma Carlos Daniel Coradi, diretor-presidente da EFC (Engenheiros Financeiros & Consultores).
Coradi calcula que se o dólar for deflacionado, por um índice de inflação como o IGP-M, sua cotação atual se mostrará a menor desde o lançamento do Real, em 1994.
Desde o início do governo Lula, o dólar perdeu 52% de seu valor diante do real -isso sem considerar a inflação do período. Durante o tenso período eleitoral de 2002, a moeda norte-americana chegou a bater em R$ 4. Neste ano, o dólar acumula depreciação de 5,12% diante do real. Em 2007, a queda no valor da moeda norte-americana ficou em 16,85%.
(FABRICIO VIEIRA)


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