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Dólar instável requer cautela em viagem
Analistas sugerem que turistas definam formas de quitar gastos no planejamento das férias de acordo com o seu perfil
Taxas para o uso de travel cheque e cartão de crédito internacional podem variar, assim como preço na compra de dólar em bancos
DA REPORTAGEM LOCAL
A oscilação constante do dólar preocupa ainda mais as pessoas quando o período de férias
se aproxima.
Para quem planeja viajar para o exterior, aproveitando o
recesso de julho, atenção aos
gastos que serão realizados em
moeda estrangeira é fundamental.
Como ninguém pode afirmar
com precisão quanto estará a
cotação do dólar em determinada data, definir a forma de
quitar esses gastos é um passo
importante no planejamento
das férias.
"Tudo vai depender muito do
perfil da pessoa. Se for muito
conservador, tiver medo das
oscilações futuras da moeda,
pode comprar [dólares, travel
cheque] já, pois, de qualquer
forma, o dólar está barato",
afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
O dólar comercial encerrou
as operações de sexta-feira
vendido a R$ 1,686. Apesar de
essa taxa não ser oferecida diretamente às pessoas que procurem um banco ou uma casa
de câmbio, são uma referência
para as cotações cobradas na
fatura do cartão de crédito internacional.
O travel cheque, que tem se
tornado cada vez mais popular
dentre os viajantes que o papel-moeda, estava com taxa de R$
1,765 no Banco do Brasil na sexta-feira. As taxas praticadas pelos bancos não são exatamente
iguais. Na mesma instituição financeira, o dólar turismo era
negociado a R$ 1,78 no fim da
semana.
Há também o chamado dólar
paralelo, praticado em algumas
casas de câmbio e turismo, que
costuma ser bem mais caro, por
exigir menos burocracia para
ser adquirido pelo cliente. Esse
tipo encerrou a sexta-feira cotado a R$ 1,88.
"Como não se sabe com exatidão quanto estará o dólar no
futuro próximo, é difícil cravar
qual o melhor momento para se
comprar. Mas entendo que a
moeda está perto de seu piso.
Pode até cair mais um pouco,
mas não acho que daqui para as
férias, no curto prazo, a cotação
se altere exageradamente", diz
Colombo.
Normalmente, os bancos
vendem dólar em espécie preferencialmente a seus clientes.
Ao procurar seu banco -ou a
agência de turismo, se for adquirir um pacote- o cliente deve pedir informações sobre
qual seria a forma mais barata,
prática e segura para quitar
seus gastos no exterior.
O travel cheque tem a preferência de muitos por sua facilidade e segurança. Como é vendido pelos bancos, pode ser debitado em conta corrente e, por
serem pré-pagos, facilitam o
planejamento dos gastos.
Já o cartão de crédito, que ganha no quesito praticidade, pode surpreender desagradavelmente no momento em que
chegar a fatura. Isso porque os
gastos podem sofrer influência
de oscilações mais bruscas da
moeda. Se as cotações no dia do
gasto e no vencimento da fatura divergirem muito, o banco
acaba por fazer um ajuste para
calcular as despesas finais em
reais.
Em momentos de maior instabilidade, o resultado pode
acabar por surpreender desagradavelmente o consumidor.
"O dólar está atualmente em
um valor muito baixo. Quem
vai viajar logo, já deveria comprar. Com a proximidade do
período de férias, é possível até
que as cotações [do câmbio turismo] sintam alguma pressão
devido ao aumento da demanda", afirma Carlos Daniel Coradi, diretor-presidente da EFC
(Engenheiros Financeiros &
Consultores).
Coradi calcula que se o dólar
for deflacionado, por um índice
de inflação como o IGP-M, sua
cotação atual se mostrará a menor desde o lançamento do
Real, em 1994.
Desde o início do governo
Lula, o dólar perdeu 52% de seu
valor diante do real -isso sem
considerar a inflação do período. Durante o tenso período
eleitoral de 2002, a moeda norte-americana chegou a bater
em R$ 4. Neste ano, o dólar acumula depreciação de 5,12%
diante do real. Em 2007, a queda no valor da moeda norte-americana ficou em 16,85%.
(FABRICIO VIEIRA)
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