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São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003

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AVIAÇÃO

Se companhia não pedir financiamento, negócio com JetBlue será o 1º de grande proporção a não ter apoio do banco

Venda da Embraer pode não ter o BNDES

DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) informou que não havia recebido até ontem nenhum pedido da Embraer para financiar a venda de aviões à companhia área norte-americana JetBlue. Se não ingressar com a solicitação nos próximos dias, será o primeiro grande negócio da empresa que não terá o apoio do banco estatal.
Anunciado anteontem, o contrato prevê a entrega de 85 jatos modelo Embraer-190 da própria fabricante brasileira. Outras 15 destas aeronaves também estão sendo compradas pela JetBlue, mas não diretamente da Embraer: serão fornecidos pela GE Capital Aviation Services (GECAS), que as havia adquirido anteriormente.

Menos financiamentos
Oficialmente, o BNDES diz que a Embraer ainda pode fazer a solicitação. Mas o fato é que o BNDES já demonstrou diversas vezes que deseja reduzir os financiamentos à Embraer.
O presidente do banco, Carlos Lessa, disse no final de maio que queria que a Embraer buscasse novos financiadores, a fim de reduzir sua participação relativa nos empréstimos às exportações da empresa.
"O BNDES não é a única fonte de financiamento de aviões do mundo", afirmara Lessa, ressalvando que o banco seguirá dando total apoio às exportações da Embraer. Segundo ele, o objetivo do banco é ter mais dinheiro para financiar outras exportações do país.
Segundo o banco informou ontem, porém, o fato de o pedido ainda não ter sido feito não quer dizer que não haja a disposição do banco de abrir uma linha de crédito para o negócio com a JetBlue, o maior da história da Embraer, no quesito pedidos firmes.

Negócios viabilizados
De todo o apoio dado pelo banco estatal às exportações no ano passado, 47% foram destinados à Embraer. O BNDES financiou R$ 3,95 bilhões em vendas ao exterior em 2002. Desse total, R$ 2,3 bilhões foram para a Embraer.
O BNDES viabiliza praticamente todos os contratos da Embraer. Ao decidir pelo apoio à companhia, a justificativa dada foi a de equalizar as taxas de juros brasileiras -mais altas- com as praticadas no mercado internacional, permitindo à empresa competir em igualdade com os concorrentes estrangeiros.
Nas vendas da Embraer, o BNDES dá o financiamento às companhias áreas que importam as aeronaves da Embraer. O banco funciona como uma espécie de empresa de leasing.
De acordo com o BNDES, a empresa já fechou outros contratos -todos de pequeno porte- sem o apoio do banco. Também já ocorreram casos nos quais a Embraer solicitou a linha de crédito depois de ter anunciado a venda das aeronaves, uma vez que existe um cronograma de entregas que não é cumprido de imediato.


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