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AVIAÇÃO
Se companhia não pedir financiamento, negócio com JetBlue será o 1º de grande proporção a não ter apoio do banco
Venda da Embraer pode não ter o BNDES
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) informou que não havia
recebido até ontem nenhum pedido da Embraer para financiar a
venda de aviões à companhia área
norte-americana JetBlue. Se não
ingressar com a solicitação nos
próximos dias, será o primeiro
grande negócio da empresa que
não terá o apoio do banco estatal.
Anunciado anteontem, o contrato prevê a entrega de 85 jatos
modelo Embraer-190 da própria
fabricante brasileira. Outras 15
destas aeronaves também estão
sendo compradas pela JetBlue,
mas não diretamente da Embraer:
serão fornecidos pela GE Capital
Aviation Services (GECAS), que
as havia adquirido anteriormente.
Menos financiamentos
Oficialmente, o BNDES diz que
a Embraer ainda pode fazer a solicitação. Mas o fato é que o BNDES
já demonstrou diversas vezes que
deseja reduzir os financiamentos
à Embraer.
O presidente do banco, Carlos
Lessa, disse no final de maio que
queria que a Embraer buscasse
novos financiadores, a fim de reduzir sua participação relativa
nos empréstimos às exportações
da empresa.
"O BNDES não é a única fonte
de financiamento de aviões do
mundo", afirmara Lessa, ressalvando que o banco seguirá dando
total apoio às exportações da Embraer. Segundo ele, o objetivo do
banco é ter mais dinheiro para financiar outras exportações do
país.
Segundo o banco informou ontem, porém, o fato de o pedido
ainda não ter sido feito não quer
dizer que não haja a disposição do
banco de abrir uma linha de crédito para o negócio com a JetBlue,
o maior da história da Embraer,
no quesito pedidos firmes.
Negócios viabilizados
De todo o apoio dado pelo banco estatal às exportações no ano
passado, 47% foram destinados à
Embraer. O BNDES financiou R$
3,95 bilhões em vendas ao exterior em 2002. Desse total, R$ 2,3
bilhões foram para a Embraer.
O BNDES viabiliza praticamente todos os contratos da Embraer.
Ao decidir pelo apoio à companhia, a justificativa dada foi a de
equalizar as taxas de juros brasileiras -mais altas- com as praticadas no mercado internacional,
permitindo à empresa competir
em igualdade com os concorrentes estrangeiros.
Nas vendas da Embraer, o
BNDES dá o financiamento às
companhias áreas que importam
as aeronaves da Embraer. O banco funciona como uma espécie de
empresa de leasing.
De acordo com o BNDES, a empresa já fechou outros contratos
-todos de pequeno porte- sem
o apoio do banco. Também já
ocorreram casos nos quais a Embraer solicitou a linha de crédito
depois de ter anunciado a venda
das aeronaves, uma vez que existe
um cronograma de entregas que
não é cumprido de imediato.
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