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CRISE NO AR
Manutenção de aeronaves seria novo entrave
Fusão entre Varig e TAM já está na fase final, diz ministro da Defesa
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Defesa, José Viegas Filho, afirmou ontem que a
Varig "corre o risco de fechar" se
não for fundida com a TAM. Ele
disse, entretanto, que as negociações para a fusão estavam praticamente concluídas, faltando apenas ser formalizadas.
"Minha expectativa é positiva.
As negociações substantivas estão
concluídas. A conclusão jurídica
pode demorar mais uns dias",
afirmou Viegas.
A questão "jurídica" citada por
Viegas se refere a um acordo de irreversibilidade da fusão a ser assinado pelas duas empresas. Esse
documento garantiria que as duas
empresas não pretendem desistir
da fusão. Com o acordo, o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) irá liberar US$ 120 milhões para que a
Varig sobreviva até a fusão ser definitivamente concluída.
O presidente da Varig, Roberto
Macedo reuniu-se com Viegas e
afirmou que o acordo será assinado "nos próximos dias".
Discórdia
A Folha apurou que o grande
ponto de discórdia existente
atualmente entre a Varig e a TAM
para que a fusão diz respeito à
manutenção das aeronaves.
A Fundação Ruben Berta, dona
da Varig, quer garantir a exclusividade da manutenção dos aviões
da "nova Varig" para a VEM (Varig Engenharia e Manutenção),
uma de suas companhias que não
entrariam na fusão. Com sede no
Rio, ela é especializada em Boeing
e MD-11.
A fundação quer que a VEM incorpore o centro tecnológico da
TAM, localizado em São Carlos
(no interior de São Paulo). O centro é especializado em Airbus e
Fokker e já exigiu investimentos
de R$ 40 milhões.
A Folha apurou que a TAM se
recusa a ceder o centro à VEM.
Aceitaria fazer isso somente se a
VEM passe a fazer parte da "nova
Varig".
Sem receita
A Fundação Ruben Berta se nega a incluir a VEM na fusão. Quer
garantir que essa empresa de manutenção seja uma de suas fontes
de renda após a fusão. Isso porque, a fundação terá apenas cerca
de 2,5% da "nova Varig" -outros acionistas da Varig ficariam
com outros 2,5%. A TAM ficaria
com 35%, os credores internacionais com 20% e empresas estatais
(como a Infraero e BR Distribuidora) com 40%.
Segundo um especialista do setor de aviação, a fundação precisa
de fontes de receita em torno de
R$ 500 milhões ao ano para sobreviver. A VEM faturou R$ 416
milhões no ano passado. A Sata
(empresa de serviços de terra),
também da fundação, teve uma
receita de R$ 176 milhões em
2001.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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