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Disputa política atrasa definição na Anatel
Casa Civil, PMDB e PT disputam vaga em aberto; governo cogita indicar nome provisório para apressar negócio entre teles
Os 4 conselheiros da agência hoje estão divididos sobre condições da compra da Brasil Telecom pela Oi; 5º nome definiria a votação
Roosewelt Pinheiro/ABr
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O ministro Hélio Costa, que defende nome provisório na Anatel
VALDO CRUZ
LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O atraso na escolha do quinto
conselheiro da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações), que está adiando a aprovação oficial da fusão entre
Brasil Telecom e Oi, é fruto de
uma disputa política entre
PMDB, PT e a Casa Civil.
A diretoria está vaga desde
novembro do ano passado, mas
até hoje o presidente Lula não
definiu o nome do substituto de
José Leite Pereira Filho por
conta de divergências sobre o
melhor nome a ser encaminhado ao Senado.
O Ministério das Comunicações sugeriu o nome de Emilia
Ribeiro, assessora da presidência do Senado, que conta com o
apoio do PMDB -principalmente dos senadores José Sarney (AP) e Garibaldi Alves
(RN), além do próprio ministro
Hélio Costa.
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, prefere outro nome, do professor da Unicamp
Márcio Wohlers, ligado ao presidente do BNDES, Luciano
Coutinho. O PT, de seu lado,
gostaria de emplacar Murilo
Ramos, professor da Universidade de Brasília e especialista
da área de comunicações.
Os peemedebistas avaliam
ser esse o melhor momento para contornar o veto de Dilma,
diante das acusações de que ela
teria pressionado a Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil) a aprovar a venda da Varig a um fundo estrangeiro e
três sócios brasileiros.
A crise política envolvendo a
Anac, porém, pode acabar beneficiando o atual presidente
da Anatel, Ronaldo Sardenberg, que defende uma solução
técnica para a vaga aberta. Ele
quer indicar Jarbas Valente,
atual superintendente de Serviços Privados da Anatel.
Na próxima semana, o ministro Helio Costa vai propor em
conversa com o presidente Lula uma definição sobre a diretoria vaga para apressar a fusão
da Brasil Telecom e Oi.
O governo defende a operação alegando que o país precisa
ter uma empresa nacional forte
nesse setor estratégico visando
evitar que a mexicana Telmex e
a espanhola Telefônica dominem o mercado.
O ministro afirma que o ideal
seria aprovar já o nome definitivo da Anatel, mas teme que a
proximidade do recesso parlamentar torne isso inviável no
momento. Por isso, confirmou
oficialmente ontem, vai sugerir
a indicação de um conselheiro
substituto, que não precisa ser
aprovado pelo Senado e ficaria
à frente da diretoria por apenas
dois meses.
Com isso, criaria condições
para acabar com o impasse
dentro da Anatel sobre a fusão
das duas companhias: os quatro diretores são favoráveis à
operação, mas dois deles -Pedro Jaime Ziller e Plínio
Aguiar- impõem restrições,
como a divisão das empresas
em duas (uma de telefonia fixa
e outra de banda larga).
Nomes
O ministro Hélio Costa defende que Anatel aguarde estar
com cinco diretores para votar
a proposta de mudança no Plano Geral de Outorgas, que vai
autorizar legalmente a fusão
das duas telefônicas nacionais.
Atualmente, esse plano proíbe
que uma companhia compre
outra fora de sua região.
O ministro avalia, inclusive,
ser possível fazer em conjunto
tanto a indicação de um nome
definitivo, que dependeria da
aprovação do Senado para tomar posse, como a escolha de
um conselheiro substituto.
"Entendemos que um assunto da importância da mudança
do Plano Geral de Outorgas deveria ter a participação dos cinco conselheiros e vamos aguardar a respostas do presidente",
afirmou.
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