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Houve pressa e não pressão, diz ex-presidente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente da Anac
(Agência Nacional de Aviação Civil) Milton Zuanazzi
negou ontem que o processo
de venda da nova Varig para
a VarigLog tenha sido acelerado por pressão do Palácio
do Planalto. Ele disse que
"houve pressa e não pressão"
porque qualquer demora levaria a empresa à falência.
O ex-diretor Leur Lomanto e o ex-procurador da agência João Ilídio também negaram ter sofrido pressão do
governo como relatou a ex-diretora Denise Abreu.
"Passei 20 anos no Planalto, jamais me intimidei em
entrar lá", disse Ilídio. Antes,
Denise Abreu havia afirmado que, para um servidor público não concursado, apenas uma reunião no Palácio
do Planalto já significa uma
forma de pressão.
"O governo teve interesse
no processo [de venda da Varig]; confundir isso com
pressão do Palácio do Planalto não faz o menor sentido.
Eu não iria me submeter a
pressão nem da Justiça nem
da Casa Civil nem de ninguém", disse Lomanto.
Sobre a decisão da Justiça
de dividir a empresa em
duas, possibilitando a venda
da parte saudável da companhia, Zuanazzi disse que
"nem um débil mental saído
do hospital psiquiátrico iria
comprar a Varig se não fosse
dessa forma."
Denise Abreu e senadores
da oposição consideraram a
venda um erro e que ela deve
ser contestada no Supremo
Tribunal Federal.
Segundo Zuanazzi, Denise
Abreu "foi impetuosa" quando decidiu pedir à VarigLog
dados sobre a origem do capital da empresa porque isso
"não lhe cabia". E, apesar de
não ter conhecimento dos
papéis, disse que pode garantir que cumpriu a determinação de vender a empresa
mantendo a restrição de 20%
de capital estrangeiro.
Ele aproveitou o depoimento para se queixar do fato de ter ficado marcado pelo
acidente da TAM em 17 de
julho de 2007. "Até hoje, pago o preço pela queda do
avião da TAM; onde vou, eles
estão atrás de mim."
(ANDREZA MATAIS E FERNANDA ODILLA)
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