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AVIAÇÃO
Empresa deve vender 200 aeronaves, com financiamento do BNDES; empresa suíça encomendará 81 unidades
Embraer anunciará vendas de US$ 4,8 bi
HAROLDO CERAVOLO SEREZA
de Paris
A Embraer deve anunciar na
próxima semana a venda de cerca
de 200 aeronaves. Os negócios chegariam ao valor de US$ 4,8 bilhões.
A companhia de aviação regional
suíça Crossair anunciou nesta semana que pretende renovar sua
frota, comprando 81 novos modelos da empresa brasileira. Ontem, a
Alitalia, companhia italiana, também afirmou que está comprando
seis aviões da Embraer.
"Pode até passar de 200", afirmou ontem em Paris o presidente
da empresa, Maurício Novis Botelho. A Embraer participa na semana que vem da feira de Le Bourget,
dedicada ao mercado aeroespacial.
Na feira são tradicionalmente fechados negócios do setor.
Ontem, num seminário promovido pela Embraer na Embaixada
do Brasil na França, o presidente
do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), José Pio Borges, afirmou a
uma platéia de empresários franceses que o banco vai financiar a
venda de 200 aviões.
Após Pio Borges comentar o empréstimo, Botelho negou que o valor total (US$ 4,8 bilhões) estivesse
fechado e afirmou ser difícil precisá-lo, pois as compradoras ainda
estariam definindo os modelos
que vão adquirir. Disse também
que preferia anunciar os negócios
durante a semana.
A Crossair decidiu comprar os
aviões da Embraer para padronizar a frota. A empresa brasileira está oferecendo modelos de jatos que
variam de 37 (ERJ-135) a 108 lugares (ERJ-190). A maioria das peças
utilizadas nesses aviões são compatíveis.
O mercado de aviões civis regionais é o principal nicho em que
atua a empresa brasileira, também
fabricante de aviões de uso militar,
como o Tucano e o AMX.
Até recentemente, o grande produto da empresa era o turboélice
Brasília. Com a família ERJ, introduzida em 1996, em que investiu
US$ 850 milhões no desenvolvimento, a Embraer passou a competir no mercado de aviões de médio porte a jato.
Expectativa
Nos próximos dez anos, a empresa espera vender 400 aviões de 70
lugares, 175 de 98 e 75 de 108.
A Embraer planeja também ampliar a participação do setor militar no faturamento da empresa,
atualmente responsável por apenas cerca de 10%. Um de seus novos produtos na área é uma versão
do ERJ-145 para patrulha aérea, já
adquirida pelos governos grego e
brasileiro.
Durante o seminário, Botelho
negou que o banco Bozano, Simonsen, que detém 29,1% das
ações ordinárias (com direito a voto) da empresa, pretenda se desfazer de sua participação. "O banco
vai continuar na empresa."
Botelho, no entanto, disse que o
Bozano, Simonsen pode vender
ações para que um novo parceiro
passe a fazer parte do grupo.
Assim, o novo sócio da Embraer
assumiria também os riscos do negócio.
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