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Para instituições, dólar diminuiu gasto com tributo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O impacto do dólar sobre
o lucro e as mudanças em
procedimentos contábeis foram alguns motivos apontados pelos bancos procurados pela Folha para explicar
a queda nas despesas com
Imposto de Renda e Cofins.
Segundo o vice-presidente
da área corporativa do Unibanco, Geraldo Travaglia, o
recuo nos gastos com tributos está relacionado à valorização do real no ano passado. Entre janeiro e março de
2003, o dólar recuou 5,1%.
Travaglia afirma que o
Unibanco possui, dentro do
país, uma grande quantidade de obrigações atreladas
ao dólar. Quando a moeda
se desvaloriza, o banco registra perdas. "Essas despesas
de variação cambial não são
dedutíveis [do IR]."
Dessa forma, o banco paga
mais imposto quando o dólar registra quedas expressivas. No primeiro trimestre
deste ano, a cotação ficou
praticamente estável.
O Banco do Brasil deu explicação semelhante. Segundo Marco Geovanne da Silva, gerente de relações com
investidores, a queda nos
gastos com impostos ocorre
por causa dos elevados investimentos que o banco
tem no exterior e que acabam tributados fora do país.
Já a Caixa Econômica Federal diz que pagou menos
impostos no primeiro trimestre devido às provisões
feitas pela instituição. Provisão é o nome dado aos recursos que são separados das
contas da empresa para cobrir eventuais prejuízos que
possam ocorrer no futuro.
As provisões são uma espécie de despesa -quanto
maior a provisão, menor o
lucro e, portanto, menor o
imposto a pagar. As provisões feitas pela CEF em 2003,
porém, não podiam ser abatidas do IR. Desse modo,
mesmo com lucro menor, o
gasto com impostos acabou
sendo maior.
Procurados, o BNDES, o
ABN Amro e o Itaú não comentaram o assunto.
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