São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004

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Para instituições, dólar diminuiu gasto com tributo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O impacto do dólar sobre o lucro e as mudanças em procedimentos contábeis foram alguns motivos apontados pelos bancos procurados pela Folha para explicar a queda nas despesas com Imposto de Renda e Cofins.
Segundo o vice-presidente da área corporativa do Unibanco, Geraldo Travaglia, o recuo nos gastos com tributos está relacionado à valorização do real no ano passado. Entre janeiro e março de 2003, o dólar recuou 5,1%.
Travaglia afirma que o Unibanco possui, dentro do país, uma grande quantidade de obrigações atreladas ao dólar. Quando a moeda se desvaloriza, o banco registra perdas. "Essas despesas de variação cambial não são dedutíveis [do IR]."
Dessa forma, o banco paga mais imposto quando o dólar registra quedas expressivas. No primeiro trimestre deste ano, a cotação ficou praticamente estável.
O Banco do Brasil deu explicação semelhante. Segundo Marco Geovanne da Silva, gerente de relações com investidores, a queda nos gastos com impostos ocorre por causa dos elevados investimentos que o banco tem no exterior e que acabam tributados fora do país.
Já a Caixa Econômica Federal diz que pagou menos impostos no primeiro trimestre devido às provisões feitas pela instituição. Provisão é o nome dado aos recursos que são separados das contas da empresa para cobrir eventuais prejuízos que possam ocorrer no futuro.
As provisões são uma espécie de despesa -quanto maior a provisão, menor o lucro e, portanto, menor o imposto a pagar. As provisões feitas pela CEF em 2003, porém, não podiam ser abatidas do IR. Desse modo, mesmo com lucro menor, o gasto com impostos acabou sendo maior.
Procurados, o BNDES, o ABN Amro e o Itaú não comentaram o assunto.


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