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Anatel anuncia redução na tarifa de interurbanos
Queda de 2,7% terá efeito limitado, pois parte das operadoras já tem preço abaixo do teto
Ontem, foram publicadas as novas tarifas da telefonia fixa local, com reduções que variam de 0,37% a 0,5%, dependendo da operadora
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações) deverá
reduzir em aproximadamente
2,7% as tarifas de telefonia fixa
de longa distância nacionais.
A redução, inédita, não terá
efeito prático para todos os
consumidores. Ao contrário do
que ocorre na telefonia fixa local, há competição na prestação
de serviço de longa distância e,
por isso, as operadoras já praticam preços abaixo do teto definido pela agência reguladora.
A Telefônica, por exemplo,
avaliou que a redução, se confirmada, seria aplicada a quem
usa o chamado "plano básico"
da operadora. Os valores do
"plano básico" são os que correspondem ao teto definido pela Anatel. A empresa, no entanto, oferece aos clientes planos
alternativos para ligações de
longa distância e, nesses casos,
o valor já é menor do que o teto
estabelecido pela agência.
O novo teto de preço definido
pela Anatel para longa distância nacional valerá apenas para
as concessionárias. Ou seja, para as empresas Telefônica, Telemar e Brasil Telecom nas ligações interurbanas feitas dentro de suas respectivas áreas de
concessão -no caso da Telefônica, o Estado de São Paulo.
Para ligações de longa distância nacionais feitas por meio
das empresas Telefônica, Telemar e Brasil Telecom para fora
de suas áreas de concessão (como, por exemplo, uma ligação
interurbana feita pela Telefônica de São Paulo para Salvador),
a redução não vale.
Isso acontece porque, para
fazer esse tipo de ligação, as teles têm autorização, e não concessão, e, por isso, não têm tarifas definidas pela Anatel. A redução também não vale para a
Intelig e a GVT, que não são
concessionárias e, também por
isso, não têm tarifas reguladas
pela agência. Nos dois casos, os
preços são liberados e cabe às
empresas defini-los.
Desde o primeiro reajuste
após a privatização, em 1999,
até o ano passado, a Anatel já
reajustou em 77,18% o teto de
preço para a tarifa de telefonia
fixa de longa distância. No mesmo período, o teto para as tarifas de longa distância de ligações internacionais teve redução de 13,62%. O IGP-DI acumulado no mesmo período foi
de 127,67%.
No reajuste de 2006, o IGP-DI foi parcialmente substituído
por um novo índice setorial, o
IST (Índice de Serviços de Telecomunicação). Em 2007 será
aplicado apenas o IST.
No reajuste atual, que resultou em redução de tarifa tanto
para a telefonia local como para
a de longa distância, foi usado o
IGP-DI de junho a dezembro
de 2006 (-0,75%) e o IST de janeiro a maio deste ano (1,37%).
Pelas regras do setor, sobre o
percentual acumulado desses
dois índices foi aplicado o redutor de aproximadamente 1%
para a telefonia local, a título de
ganho de produtividade das
empresas de comunicação. Esse ganho é repartido com os
usuários por meio de redução
no índice de reajuste.
As tarifas de longa distância
-tanto nacionais como internacionais- têm reajustes menores (ou reduções maiores) do
que os das tarifas locais (assinatura, pulso e habilitação) porque a agência reguladora considera que, nesse serviço, o ganho
de produtividade das teles é
maior. Dessa forma, sobre o índice acumulado será aplicada
uma redução maior.
Telefonia local
Ontem, o "Diário Oficial" da
União publicou as novas tarifas
de telefonia fixa local, com reduções que variam de 0,37% a
0,5%, dependendo da operadora. As operadoras de telefonia
fixa deverão publicar hoje, em
jornais de grande circulação, os
novos preços para habilitação,
assinatura e pulso. Com a publicação hoje, as novas tarifas
passam a valer a partir de sexta.
Em São Paulo, o valor da assinatura básica residencial da
Telefônica, com impostos, cairá de R$ 38,13 para R$ 37,98
(R$ 0,15, ou 0,39%), o valor da
habilitação terá redução de R$
107,21 para R$ 106,81 (R$ 0,40,
ou 0,37%) e o valor do pulso cai
de R$ 0,14728 para R$ 0,14672
(queda inferior a R$ 0,01, ou
0,38%).
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