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ENERGIA
Presidente da Petrobras afirma que combustíveis não terão aumento de preço pelo menos até a próxima segunda-feira
Reajuste ainda não está definido, diz Dutra
GUILHERME BARROS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O presidente da Petrobras, José
Eduardo Dutra, afirmou ontem à
Folha que não há ainda decisão
de reajuste dos preços dos combustíveis no mercado interno.
Segundo ele, a Petrobras espera
consolidar um novo patamar do
preço internacional do petróleo
na faixa entre US$ 40 e US$ 45 o
barril para promover o realinhamento interno. "Não há nenhuma
decisão de aumento dos combustíveis", disse. "Até a próxima segunda-feira não tem aumento dos
combustíveis", completou.
A ministra de Minas e Energia,
Dilma Rousseff, em evento nesta
semana em São Paulo, também
apresentou o mesmo discurso de
prognósticos cautelosos sobre política de aumentos de preços adotada pela Petrobras.
Alinhado com Dilma, o presidente da Petrobras preferiu não
fazer previsão de uma data para
um possível reajuste dos combustíveis. De acordo com ele, o mercado internacional está altamente
volátil, o que faz com que seja difícil traçar um prognóstico de tendência de preço do petróleo. Ao
longo desta semana, a cotação
chegou a US$ 45 o barril. Ontem,
o preço da commodity em Nova
York fechou em US$ 44,80.
Dutra declarou ainda que os
preços adotados pela Petrobras
estão alinhados com o mercado
internacional. Para a fixação dos
preços, a companhia leva em conta os preços adotados por diversos mercados, como os do golfo
do México, nos Estados Unidos,
da Argentina, da Nigéria e da Arábia Saudita, entre outros.
Muitos analistas, diz Dutra, só
consideram o preço do petróleo
no golfo do México, que muitas
vezes se encontra em um patamar
mais elevado do que nos outros
países. O termômetro da Petrobras para calibrar o preço do
combustível, segundo ele, é mais
amplo e, por isso, ocorre discrepância entre os cálculos de defasagem feitos por analistas de fora da
companhia.
Dutra afirmou também que não
existe nenhuma pressão do governo para segurar o reajuste nos
preços dos combustíveis. O governo, segundo ele, é o maior interessado na rentabilidade da Petrobras, já que 40% dos dividendos da companhia vão para a
União. Ou seja, esse dinheiro da
Petrobras é importante para o governo cumprir a meta de superávit primário de 4,25% do PIB. "A
política de preços da Petrobras
privilegia a rentabilidade da empresa e o retorno aos acionistas."
O último reajuste concedido pela Petrobras foi no dia 15 de junho,
quando os preços dos combustíveis aumentaram aproximadamente 10%. Analistas de mercado
argumentam, porém, que a decisão do governo sobre políticas de
reajuste para a Petrobras tem um
forte componente político.
Por esse motivo, apesar das
crescentes pressões internacionais, o governo tenderia a segurar
os repasses até o término das eleições municipais. Essa atitude seria adotada a despeito de uma
possível diminuição no lucro da
Petrobras. Em 2003, a empresa lucrou US$ 17,795 bilhões.
Mas, afirma Dutra, em junho, a
Petrobras esperou para que o preço do petróleo no mercado internacional se consolidasse na faixa
entre US$ 35 e US$ 40 para tomar
a decisão. Agora, a companhia vive a mesma situação.
Colaborou a Reportagem Local
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