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Setubal critica taxa de juros de bancos públicos
DA REPORTAGEM LOCAL
Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, criticou ontem a redução dos
juros de financiamentos realizada nos últimos meses pelos bancos públicos. Para ele,
são insustentáveis os
"spreads" (diferença entre a
taxa à qual as instituições
captam recursos e a cobrada
por eles nos empréstimos
que concedem) atualmente
praticados por esses bancos.
"Essas instituições tiveram papel importante para
que a recessão não fosse tão
forte no país. Ajudaram. Porém, a situação deve se normalizar e os bancos públicos
voltarão a ter taxas dentro
das condições de mercado,
como era antes", afirmou,
após proferir palestra a empresários em São Paulo. Ele
acrescentou que as instituições públicas podem ver seu
desempenho piorar no futuro caso continuem a adotar
os "spreads" mais baixos.
Respondendo às críticas
geralmente feitas aos bancos, Setubal acrescentou que
o "spread" tem um limite para cair porque "deve remunerar o capital e precisa no
mínimo cobrir os custos operacionais, as perdas geradas
pela inadimplência e pagar
os impostos".
Segundo o executivo, o
Brasil tem condições de ter
juros reais abaixo de 5% ao
ano e o "spread" -que ele admite ser elevado demais-
apresenta uma "inexorável"
tendência de queda, reforçada pelas perspectivas de redução da inadimplência.
Essa esperada diminuição
também deve favorecer os
resultados do banco nos próximos meses -no primeiro
semestre deste ano, a provisão para devedores duvidosos foi aumentada em mais
de 90% e os calotes contribuíram para a queda de 8%
dos lucros no período de
abril a junho.
Empréstimos
Pela primeira vez em
2009, a procura dos consumidores por crédito subiu
em um determinado mês na
comparação com o mesmo
mês do ano passado.
Em julho, a alta foi de
3,5%, segundo a Serasa Experian, que atribui tal elevação à redução dos juros pelo
Banco Central e à maior confiança do trabalhador na economia.
(DENYSE GODOY)
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