São Paulo, quarta-feira, 12 de agosto de 2009

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Setubal critica taxa de juros de bancos públicos

DA REPORTAGEM LOCAL

Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, criticou ontem a redução dos juros de financiamentos realizada nos últimos meses pelos bancos públicos. Para ele, são insustentáveis os "spreads" (diferença entre a taxa à qual as instituições captam recursos e a cobrada por eles nos empréstimos que concedem) atualmente praticados por esses bancos.
"Essas instituições tiveram papel importante para que a recessão não fosse tão forte no país. Ajudaram. Porém, a situação deve se normalizar e os bancos públicos voltarão a ter taxas dentro das condições de mercado, como era antes", afirmou, após proferir palestra a empresários em São Paulo. Ele acrescentou que as instituições públicas podem ver seu desempenho piorar no futuro caso continuem a adotar os "spreads" mais baixos.
Respondendo às críticas geralmente feitas aos bancos, Setubal acrescentou que o "spread" tem um limite para cair porque "deve remunerar o capital e precisa no mínimo cobrir os custos operacionais, as perdas geradas pela inadimplência e pagar os impostos".
Segundo o executivo, o Brasil tem condições de ter juros reais abaixo de 5% ao ano e o "spread" -que ele admite ser elevado demais- apresenta uma "inexorável" tendência de queda, reforçada pelas perspectivas de redução da inadimplência.
Essa esperada diminuição também deve favorecer os resultados do banco nos próximos meses -no primeiro semestre deste ano, a provisão para devedores duvidosos foi aumentada em mais de 90% e os calotes contribuíram para a queda de 8% dos lucros no período de abril a junho.

Empréstimos
Pela primeira vez em 2009, a procura dos consumidores por crédito subiu em um determinado mês na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Em julho, a alta foi de 3,5%, segundo a Serasa Experian, que atribui tal elevação à redução dos juros pelo Banco Central e à maior confiança do trabalhador na economia. (DENYSE GODOY)


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