São Paulo, quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Queda do dólar aumenta lucro da Gol no segundo trimestre

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A empresa aérea Gol teve no segundo trimestre lucro líquido de R$ 354 milhões, ante as perdas de R$ 166,5 milhões no mesmo período de 2009. O resultado é também mais favorável do que o apurado nos três primeiros meses do ano (R$ 61,4 milhões).
Com a valorização cambial, a redução de custos e os ganhos de sinergia após a aquisição da Varig, a empresa volta a ser lucrativa depois de fechar o ano passado com prejuízo de R$ 1,3 bilhão, provocado pela alta do dólar e pela diminuição da demanda devido à crise global. Como o combustível, que representa até um terço dos custos das companhias aéreas, é negociado em dólar, a apreciação da moeda norte-americana provoca forte impacto no resultado da companhia.
O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, disse que a melhora no balanço deve-se principalmente ao "reposicionamento" da empresa. "Mesmo excluindo o combustível, os nossos custos diminuíram", ressaltou.
Ele diz que a taxa de ocupação das aeronaves no trimestre ficou em 60,3%, abaixo da registrada no mesmo período do ano passado.
De acordo com André Castellini, sócio da Bain & Company, a indústria de aviação hoje opera com excesso de oferta, o que puxa para baixo o valor das tarifas. "Em alguns casos, as tarifas praticadas não são saudáveis", disse Castellini.
Quanto a isso, Constantino disse que negociou com a Boeing a postergação da entrega de 20 aeronaves com previsão de chegada entre 2010 e 2011. A entrega agora deve ser concluída até 2015.

Gripe suína
Com o aumento no número de casos de gripe suína na América do Sul, a demanda pelos voos na região já caiu cerca de 30%, disse Constantino. Para a Argentina, houve retração de mais de 50%. Segundo ele, a América do Sul responde por 8% a 10% da oferta e 6% da receita da companhia.
O presidente da Gol disse, porém, que a receita do trimestre não foi afetada pela doença, já que a demanda se deslocou da América do Sul para rotas no Brasil, especialmente no Nordeste, e no Caribe, onde a Gol deu início a voos para destinos novos, como Punta Cana e Aruba e Curaçao.
Em razão da gripe, a Gol reduziu sua oferta para Santiago (Chile). Nos demais destinos, as operações foram mantidas. "A nossa principal ação foi oferecer a alternativa Caribe."
(PAULO DE ARAUJO)


Texto Anterior: Setubal critica taxa de juros de bancos públicos
Próximo Texto: Eletrobrás negocia sua 1ª aquisição de empresa no exterior
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.