São Paulo, quarta-feira, 12 de agosto de 2009

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Eletrobrás negocia sua 1ª aquisição de empresa no exterior

Objetivo é adquirir companhia peruana e disputar leilão para construção de duas hidrelétricas no país

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

A Eletrobrás negocia a sua primeira aquisição no exterior, disse ontem o presidente da estatal, José Antônio Muniz Lopes. A estatal pretende comprar uma empresa no Peru para poder participar de leilões locais de energia.
Muniz informou que o negócio tem como objetivo inicial permitir que a Eletrobrás dispute o direito de construir duas hidrelétricas que serão licitadas ainda neste ano com porte de 200 MW a 300 MW (megawatts) de capacidade instalada.
"É uma forma de internacionalizar a empresa. A Petrobras, quando foi lá pra fora, não comprou também?", diz Lopes, que não descartou buscar outras empresas na América do Sul.
Muniz declarou que a Eletrobrás quer adquirir uma empresa de pequeno porte. A decisão de realizar a compra no Peru foi acelerada pela negociação frustrada com a estatal EletroPeru para atuar em parceria no leilão. "Essas hidrelétricas serão feitas na Costa do Pacífico, próximo ao mercado peruano, e não na fronteira com o Brasil. Elas não têm nada a ver com as usinas binacionais que estão em estudo por parte dos dois países [Brasil e Peru]", disse Muniz, na abertura do Energy Summit 2009, no Rio.
O executivo declarou que o processo de expansão da Eletrobrás pode ser intensificado com a retirada dos investimentos da companhia das contas para o superávit primário (juros para pagamento da dívida), a exemplo do que aconteceu com a Petrobras. A estatal do setor elétrico ainda negocia a medida com o governo.
Nos próximos quatro anos, a Eletrobrás prevê investir R$ 30 bilhões, montante que deverá ser ampliado, segundo Muniz.
O executivo mostrou-se apreensivo com o julgamento relativo à remuneração dos empréstimos compulsórios feitos pela Eletrobrás entre 1977 e 1993, marcado para hoje no Superior Tribunal de Justiça.
A ação questiona a forma como a estatal remunerou os créditos obtidos por empresas que tiveram que pagar compulsórios naquela época.
Caso a decisão do STJ seja contrária à Eletrobrás, calcula-se que a a empresa tenha que desembolsar, inicialmente, entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões.


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