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Eletrobrás negocia
sua 1ª aquisição de
empresa no exterior
Objetivo é adquirir companhia peruana e disputar leilão para construção de duas hidrelétricas no país
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
A Eletrobrás negocia a sua
primeira aquisição no exterior,
disse ontem o presidente da estatal, José Antônio Muniz Lopes. A estatal pretende comprar uma empresa no Peru para
poder participar de leilões locais de energia.
Muniz informou que o negócio tem como objetivo inicial
permitir que a Eletrobrás dispute o direito de construir duas
hidrelétricas que serão licitadas ainda neste ano com porte
de 200 MW a 300 MW (megawatts) de capacidade instalada.
"É uma forma de internacionalizar a empresa. A Petrobras,
quando foi lá pra fora, não comprou também?", diz Lopes, que
não descartou buscar outras
empresas na América do Sul.
Muniz declarou que a Eletrobrás quer adquirir uma empresa de pequeno porte. A decisão
de realizar a compra no Peru foi
acelerada pela negociação frustrada com a estatal EletroPeru
para atuar em parceria no leilão. "Essas hidrelétricas serão
feitas na Costa do Pacífico, próximo ao mercado peruano, e
não na fronteira com o Brasil.
Elas não têm nada a ver com as
usinas binacionais que estão
em estudo por parte dos dois
países [Brasil e Peru]", disse
Muniz, na abertura do Energy
Summit 2009, no Rio.
O executivo declarou que o
processo de expansão da Eletrobrás pode ser intensificado
com a retirada dos investimentos da companhia das contas
para o superávit primário (juros para pagamento da dívida),
a exemplo do que aconteceu
com a Petrobras. A estatal do
setor elétrico ainda negocia a
medida com o governo.
Nos próximos quatro anos, a
Eletrobrás prevê investir R$ 30
bilhões, montante que deverá
ser ampliado, segundo Muniz.
O executivo mostrou-se
apreensivo com o julgamento
relativo à remuneração dos
empréstimos compulsórios feitos pela Eletrobrás entre 1977 e
1993, marcado para hoje no Superior Tribunal de Justiça.
A ação questiona a forma como a estatal remunerou os créditos obtidos por empresas que
tiveram que pagar compulsórios naquela época.
Caso a decisão do STJ seja
contrária à Eletrobrás, calcula-se que a a empresa tenha que
desembolsar, inicialmente, entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões.
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