São Paulo, sábado, 12 de outubro de 2002

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Armínio tira férias de um dia e divulga nota

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em meio à crise que corrói o real e faz o dólar bater níveis recordes, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, tirou um dia de férias ontem. Segundo a assessoria do BC, a folga estava planejada desde o início da semana passada.
Formalmente, Armínio não trabalhou, tanto que as circulares que regulamentaram as novas medidas para conter a alta do dólar foram assinadas pela diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, que ocupou interinamente a presidência da instituição.
Pela manhã, Armínio divulgou nota para explicar as declarações que deu na última quarta-feira, na polêmica entrevista concedida em Brasília, quando disse que "existem limites" para a atuação do Banco Central.
De sua casa, no Rio, participou por telefone da reunião de diretoria na qual foram decididas as medidas anunciadas ontem. Até o final da tarde esteve em contato com os demais diretores da instituição. A folga de Armínio contribuiu para alimentar os boatos no mercado de que ele estava demissionário, o que foi negado pela assessoria do BC.

Conta do recado
Na nota divulgada pela manhã, às 10h, Armínio disse que foi mal-interpretado na conversa com os jornalistas e que "o BC continuará trabalhando como sempre trabalhou em momentos difíceis no passado, dando conta do recado". Na entrevista, convocada pelo próprio Banco Central, Armínio, num discurso marcado pelo tom político, cobrou mais clareza do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em suas propostas políticas, sem no entanto mencioná-lo diretamente.
O presidente do BC chegou a dizer que "não é suficiente repetir um discurso ou divulgar um comunicado" para acalmar o mercado financeiro.


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