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Equipe do PT só verá missão na semana que vem
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O coordenador da equipe de
transição, Antônio Palocci Filho,
disse ontem que vai se encontrar
com a missão do FMI somente na
semana que vem.
Palocci afirmou que não haverá
uma negociação conjunta da
equipe de Lula e do atual governo
com o FMI. "Não estamos fazendo um processo de negociação
conjunta", disse o coordenador.
Questionado se seria favorável a
um aumento da meta de superávit primário, respondeu que "a
opinião sobre essa questão só será
dada no ano que vem, quando novo governo assume a responsabilidade". Ele disse que a reunião
com o FMI não será uma negociação, mas sim "uma avaliação do
atual acordo em andamento".
Na semana passada, a expectativa era que o encontro de representantes do FMI com Palocci
acontecesse já nesta semana. Ontem, Palocci teve reunião com o
ministro Pedro Malan (Fazenda)
para conversar sobre as negociações com o Fundo.
O chefe da missão, Jorge Marquez-Ruarte, chegou ontem a
Brasília, mas não quis dar declarações. O restante da equipe, integrada também por Lorenzo Perez, chefe-adjunto do Departamento do Hemisfério Ocidental
do FMI chega hoje a Brasília.
Estão previstas para hoje as primeiras reuniões com técnicos do
Ministério da Fazenda. Está prevista para a próxima quinta-feira
uma reunião com o presidente do
Banco Central, Armínio Fraga. Os
técnicos do FMI devem ficar no
país até 22 de novembro.
A missão tem o objetivo de verificar o cumprimento das metas
fiscais acertadas com o Fundo e
propor mudanças de metas futuras a partir de alterações no cenário econômico. Como houve alta
dos juros e do dólar após o fechamento do acordo, a expectativa
do mercado é que o FMI peça aumento do superávit primário.
A liberação das próximas parcelas do empréstimo, do qual já foi
sacado US$ 3 bilhões, depende do
cumprimento das metas.
Pelo acordo, o superávit primário (economia para o pagamento
de juros da dívida pública) do
próximo ano é de 3,75% do PIB
(Produto Interno Bruto), o que
equivale a R$ 53 bilhões. Neste
ano, a meta foi fixada em 3,88%.
Os negociadores brasileiros, assim com a equipe de transição do
governo eleito, são a favor de deixar para fevereiro de 2003, quando ocorre a próxima revisão do
acordo, eventuais mudanças na
meta de superávit primário.
Segundo Palocci, em princípio,
a reunião da próxima semana será exclusiva com os técnicos do
Fundo, mas que não "tem inconveniente" se o encontro contar
também representantes do governo FHC. No entanto, esse formato
"não é o previsto". "O mais adequado é que tenhamos um contato [particular] com eles [FMI]."
As declarações e a decisão de insistir em um encontro só com o
FMI -somente para ouvir e nada
negociar- fazem parte de uma
estratégia do PT de se desvincular
das ações do atual governo.
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