DO ENVIADO A ROMA

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi, o homem mais rico, poderoso e polêmico da Itália, não escondia o orgulho ao exibir os cinco jogadores brasileiros que jogam no seu time, o Milan, em uma sala ornamentada por afrescos e colunas esculpidas em Villa Madama, a mansão da chancelaria italiana que serve para receber convidados ilustres.
Acompanhados do ex-jogador Leonardo, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Émerson, Alexandre Pato e Dida mal conseguiam esconder o embaraço ao entrar no salão durante a entrevista coletiva concedida pelos dois líderes políticos.
Berlusconi convocou as estrelas de seu time para o almoço que teve com o presidente Lula, que ficou satisfeito com a surpresa.
"Você contratou metade da seleção brasileira", disse Lula a Berlusconi. "Espero que quando os devolver ainda estejam jogando um bom futebol", afirmou o presidente.
Segundo Leonardo, que já jogou no Milan e atualmente é dirigente do clube, no almoço com os jogadores a conversa girou em torno de vários assuntos, incluindo a situação econômica do Brasil.
Mas não quis dizer se chegaram a pedir conselhos sobre os investimentos que Lula mencionaria depois.
"Fiquei sabendo que os jogadores são todos acionistas da Petrobras. Fiquei muito feliz", disse o presidente. "A Petrobras agradece."
Lula ainda usou os jogadores como exemplo para ressaltar a importância de não permitir que o pânico tome conta da economia.
"Dependendo de como esta crise é veiculada na imprensa, o Ronaldinho, que ia comprar um carro, não compra mais", disse o presidente. "O Dida, que queria comprar uma geladeira, não vai mais. Na hora em que todo mundo ficar com medo de comprar, aí começa a crise na economia real." (MN)


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