São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2008

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G8 é pequeno contra crise, diz Gordon Brown

PEDRO DIAS LEITE
DE LONDRES

Principal nome até agora na resposta à crise financeiro-econômica, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse que os obstáculos para um acordo na reunião preparatória do G20 no Brasil devem "servir de alerta" para a cúpula do final de semana em Washington.
Questionado pela Folha, em sua entrevista coletiva mensal, Brown disse ser um erro pensar que apenas os países desenvolvidos vão dar as cartas na solução da crise. "O G8 [grupo dos sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia] é muito pequeno para lidar com os grandes problemas da economia mundial. Precisamos da China, da Índia, dos países da América Latina e da África. Por isso o G20", disse Brown, sem citar nominalmente o Brasil.
A reunião em Washington vem sendo tratado como um novo Bretton Woods, o encontro que criou o FMI e o Banco Mundial. O premiê disse que não se devem esperar medidas concretas. "O que vamos ver em Washington são os primeiros passos para a reforma [do sistema financeiro], que servirão de base para as próximas semanas e meses".
Os países emergentes são um ponto importante do plano de Brown, sobretudo na retomada das negociações para um acordo comercial global, que está distante desde que as conversações da Rodada Doha fracassaram, há quatro meses.
"Existe um momentum para um acordo comercial mundial. Existe interesse dos Estados Unidos, dos países em desenvolvimento e dos mercados emergentes em mandar um sinal, por meio de um acordo, de que o protecionismo pode ser evitado", disse Brown.
O premiê britânico defende uma reformulação profunda do sistema financeiro global, além de uma ação coordenada de todos os países para estimular a economia e abrandar a recessão que se avizinha, mas sua posição está longe de ser consensual entre os países ricos.


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