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Para Meirelles, cada país tem "remédio" próprio contra a crise
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, comparou ontem a situação dos países atingidos pela crise financeira internacional à de um paciente e sugeriu que cada um
tome medidas de acordo com
suas necessidades.
"Os remédios são diferentes.
Depende da gravidade de cada
um", afirmou Meirelles, ontem,
em seminário em São Paulo
promovido pelo Lide (Grupo de
Líderes Empresariais) e pela
Abap (Associação Brasileira de
Agências de Publicidade) para
discutir a crise.
"É preciso fazer a aplicação
dos remédios adequados, mesmo porque existem os efeitos
colaterais", disse. Meirelles citou o caso do governo dos Estados Unidos, que terá de desembolsar US$ 800 bilhões para sanear o sistema bancário.
"Está correto? Sim. É preciso
gastar? Sim. Mas há o efeito colateral, ou seja, a dívida será
elevada", afirmou o presidente
do Banco Central.
Para Meirelles, política anticíclica, política monetária, política fiscal e gestão de liquidez
estão entre os instrumentos de
que os países podem fazer uso
diante da crise atual.
"Tem que ver a condição de
cada país. Alguns têm uma situação fiscal da maior fragilidade. Neste caso, recomenda-se a
aplicação desses remédios."
Questionado pelo senador
Aloizio Mercadante (PT-SP)
sobre o comportamento dos juros, Meirelles disse que não pode antecipar as decisões do Copom (Comitê de Política Monetária), porque as mudanças na
economia ocorrem com muita
agilidade. Ele disse, porém, que
o movimento de corte de juros
pelo mundo não reflete despreocupação com as pressões
inflacionárias.
"Os Estados Unidos reduziram os juros, é um fato. Mas já
havia previsão até de deflação.
Não abandonaram a preocupação com a estabilidade"
(PAULO DE ARAUJO)
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