São Paulo, Sábado, 13 de Fevereiro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Equador desiste de defender sua moeda

das agências internacionais

O Equador abandonou ontem seus esforços para defender a moeda local, o sucre, e anunciou a livre flutuação do câmbio em uma tentativa de deter o aprofundamento da crise financeira.
O sucre fechou ontem com queda de cerca de 10%. Operadores estimam que a moeda deverá ter ainda uma depreciação de 10% a 15%.
Desde o começo do ano, as reservas do país caíram de US$ 1,7 bilhão para US$ 1,4 bilhão devido às tentativas do banco central local de impedir a queda de sua moeda.
Especialistas dizem que somente um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) fará o país recuperar a confiança dos investidores. Sem a ajuda externa, segundo alguns analistas, o país terá dificuldades para honrar suas dívidas. Uma missão do FMI deve chegar ao país no próximo dia 22.
O Equador precisa pagar US$ 148,2 milhões em juros de seus bônus no próximo dia 28 e outros US$ 31 milhões no final de março, de acordo com avaliação do Lehman Brothers. O país deverá gastar US$ 410 milhões este ano com o pagamento de bônus.
Os bancos do Equador acumulam ainda US$ 3,8 bilhões em dívida externa. Cerca de US$ 2,1 bilhões vencem em um prazo de um ano, segundo dados do Bank for International Settlements (o banco central dos bancos centrais).
A inflação no Equador já beira os 40%, e os juros adotados no mercado interno estão acima de 100%. O setor bancário enfrenta uma grave crise. A dívida pública chega a US$ 15 bilhões.
Na última quinta-feira, o ministro das Finanças, Fidel Jaramillo, renunciou em protesto contra um novo Orçamento para 1999 que não incluía um aumento de impostos. Jaramillo considerava a medida fundamental para ajudar o país a enfrentar o déficit fiscal. Analistas avaliam que o socorro financeiro deve chegar a um valor entre US$ 400 milhões e US$ 1 bilhão.


Texto Anterior: BC do Japão reduz seus juros para 0,15%
Próximo Texto: Minas Gerais adia decisão sobre acordo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.