CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES

O ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, anunciou ontem a suspensão do sistema de licenças não-automáticas para a importação de produtos têxteis dos setores de denin, tecidos acrílicos e fios acrílicos.
O sistema havia sido instituído em janeiro deste ano em resposta a reclamações dos empresários têxteis locais acerca de uma suposta invasão de produtos brasileiros nos últimos dois anos.
A suspensão do sistema ocorre porque, depois de cerca de seis meses de negociações, os setores privados dos dois países chegaram a uma série de acordos para regular a entrada de têxteis brasileiros no país vizinho, também anunciados ontem por Lavagna.
"A questão se dá por resolvida", disse o ministro.
Segundo os acordos, os empresários brasileiros do setor de denin se comprometeram a diminuir 25%, em relação a 2003, o volume das exportações para a Argentina até o final deste ano.
Isso significa que as exportações brasileiras de denin cairão de 20 milhões de metros lineares em 2003 -ou US$ 35 milhões- para 15 milhões de metros lineares, segundo dados da subsecretaria de Política e Gestão Comercial da Argentina.
Um acordo preliminar já havia sido anunciado pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) no final de janeiro, mas não havia sido oficializado.
Já o volume das exportações do setor de tecidos acrílicos deverá diminuir cerca de 30%, dentro de um sistema de auto-regulação feito pelos próprios exportadores.
No setor de fios acrílicos, o acordo prevê um ajuste com os preços praticados no mercado internacional -não haverá, neste caso, restrições de volumes exportados.
O único setor que ainda não encontrou solução é o de tapetes, devido a dificuldades técnicas em determinar os preços internacionais dos produtos. Para esse setor, segundo Lavagna, o sistema de licenças continua valendo.


Texto Anterior: Cai liminar que reconduzia presidente
Próximo Texto: Juiz libera depósitos de empresa argentina
Índice