São Paulo, sábado, 13 de março de 2004

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MERCADO

CVM analisa operação de emissão de R$ 900 mi do dono do Pão de Açúcar

Empresas procuram captar no país

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de ainda não ter ganhado o fôlego esperado com os juros em níveis menores, o mercado de debêntures tem recebido a consulta de empresas interessadas em captar internamente. Nesta semana, a CVM passou a analisar uma operação de emissão de R$ 900 milhões em debêntures a pedido da Companhia Brasileira de Distribuição, dona de marcas como o Pão de Açúcar.
Analistas do mercado avaliam que esse cenário deve melhorar nos próximos meses, desde que os juros voltem a cair. Outra operação em análise pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é a da Ferronorte, que quer captar até R$ 60 milhões em debêntures.
As debêntures são títulos emitidos por uma empresa para captar recursos no mercado interno. Os papéis pagam juros, normalmente prefixados, e são resgatados após determinado período.
"Em tese, quando os juros caem, as emissões no mercado interno crescem. Isso não tem ocorrido ainda porque os juros externos estão em níveis baixos e o risco-país recuou nos últimos meses", afirma Roberto Padovani, da consultoria Tendências.
Segundo a assessoria da CVM, normalmente as emissões em análise acabam liberadas. A operação da Companhia Brasileira de Distribuição será feita com debêntures conversíveis em ações.
Em 2003, os juros elevados inibiram a captação de recursos no mercado interno. O total de ofertas de debêntures registradas na CVM ficou em apenas R$ 5,28 bilhões no ano. Em 2002, haviam sido R$ 14,6 bilhões. Neste ano, já foi emitido R$ 1,58 bilhão. A maior operação registrada neste ano foi feita pela Braskem, com a emissão de R$ 1,2 bilhão em debêntures no mês de janeiro.
Ontem o banco Votorantim fechou operação para captar US$ 50 milhões em bônus com prazo de três anos no exterior. Segundo Pedro Mollo, diretor de tesouraria do Votorantim, o banco ainda não tem planos de captar no mercado interno, "mas está aberto para analisar possibilidades interessantes". Após a eclosão do caso Waldomiro Diniz, há cerca de um mês, empresas e bancos brasileiros haviam deixado de procurar o mercado externo para captar.


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