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MERCADO
CVM analisa operação de emissão de R$ 900 mi do dono do Pão de Açúcar
Empresas procuram captar no país
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de ainda não ter ganhado o fôlego esperado com os juros
em níveis menores, o mercado de
debêntures tem recebido a consulta de empresas interessadas
em captar internamente. Nesta
semana, a CVM passou a analisar
uma operação de emissão de R$
900 milhões em debêntures a pedido da Companhia Brasileira de
Distribuição, dona de marcas como o Pão de Açúcar.
Analistas do mercado avaliam
que esse cenário deve melhorar
nos próximos meses, desde que
os juros voltem a cair. Outra operação em análise pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é
a da Ferronorte, que quer captar
até R$ 60 milhões em debêntures.
As debêntures são títulos emitidos por uma empresa para captar
recursos no mercado interno. Os
papéis pagam juros, normalmente prefixados, e são resgatados
após determinado período.
"Em tese, quando os juros
caem, as emissões no mercado interno crescem. Isso não tem ocorrido ainda porque os juros externos estão em níveis baixos e o risco-país recuou nos últimos meses", afirma Roberto Padovani, da
consultoria Tendências.
Segundo a assessoria da CVM,
normalmente as emissões em
análise acabam liberadas. A operação da Companhia Brasileira de
Distribuição será feita com debêntures conversíveis em ações.
Em 2003, os juros elevados inibiram a captação de recursos no
mercado interno. O total de ofertas de debêntures registradas na
CVM ficou em apenas R$ 5,28 bilhões no ano. Em 2002, haviam sido R$ 14,6 bilhões. Neste ano, já
foi emitido R$ 1,58 bilhão. A
maior operação registrada neste
ano foi feita pela Braskem, com a
emissão de R$ 1,2 bilhão em debêntures no mês de janeiro.
Ontem o banco Votorantim fechou operação para captar US$ 50
milhões em bônus com prazo de
três anos no exterior. Segundo Pedro Mollo, diretor de tesouraria
do Votorantim, o banco ainda
não tem planos de captar no mercado interno, "mas está aberto
para analisar possibilidades interessantes". Após a eclosão do caso
Waldomiro Diniz, há cerca de um
mês, empresas e bancos brasileiros haviam deixado de procurar o
mercado externo para captar.
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