São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Consumo das famílias avança pelo quarto ano

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO

O principal destaque do PIB (Produto Interno Bruto) em 2007 ficou por conta do consumo das famílias, que teve alta de 6,5%. Foi o quarto ano consecutivo de elevação nesse indicador, que vai se firmando como principal motor da atual onda de expansão sustentada da economia brasileira.
O consumo das famílias representa 60,9% do PIB. Isso significa que um crescimento robusto nesse item tende a irradiar seus efeitos sobre todos os demais setores da economia, da indústria à agropecuária; dos serviços à arrecadação de impostos.
O principal risco para a economia ao ter o consumo interno como propulsor é a inflação. Por enquanto, ela está sob controle por conta das fortes importações e da maturação de crescentes investimentos do setor produtivo para atender a demanda em alta.
"O que está impulsionando o consumo é aumento de renda, emprego e crédito. Esperamos que o crédito e a massa salarial continuem crescendo. Há risco para o cenário de inflação se a oferta não acompanhar a demanda. Mas o lado positivo é ter a forte taxa de investimento desde 2006, o que indica aumento da capacidade produtiva no futuro", afirma Marcela Prada, da Tendências.
"É um cenário positivo, já que esse aumento de investimento indica que podemos crescer a taxas mais elevadas que no passado", completa.
Na opinião da economista Ana Maria Castelo, da FGV Projetos, o fato de os investimentos estarem crescendo em ritmo bem acima do PIB (13,4%, contra 5,4% em 2007) "afasta os fantasmas relacionados à inflação". Isso garantiria uma expansão sustentada.
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, também diz não acreditar em um quadro de fortes pressões inflacionárias por conta do aumento do consumo.
Vale projeta para 2008 investimentos produtivos crescendo acima da casa dos dois dígitos, o que levaria a um período de três anos com a taxa nesse patamar. "A oferta de bens e serviços cresce desde 2006, sendo que a demanda decolou em 2007. Há, portanto, muito investimento já maturando para atender a demanda futura", afirma.

Renda
O economista não acredita, no entanto, que o aumento de renda e crédito verificado em 2007 se repita com a mesma intensidade em 2008. Segundo ele, a ampliação nos prazos de pagamento de crediários chegou perto do limite e há pouco espaço para uma queda nos juros daqui para a frente.
Para o economista Waldir Gomes, presidente do Corecon-SP, a expansão de 5,4% puxada pelo consumo doméstico acabou surpreendendo, já que a expectativa era de um PIB perto de 5,2%. "Estamos chegando perto da média de crescimento mundial, o que é um bom sinal", afirma.


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