|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Consumo das famílias avança pelo quarto ano
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
O principal destaque do PIB
(Produto Interno Bruto) em
2007 ficou por conta do consumo das famílias, que teve alta
de 6,5%. Foi o quarto ano consecutivo de elevação nesse indicador, que vai se firmando
como principal motor da atual
onda de expansão sustentada
da economia brasileira.
O consumo das famílias representa 60,9% do PIB. Isso
significa que um crescimento
robusto nesse item tende a irradiar seus efeitos sobre todos
os demais setores da economia,
da indústria à agropecuária;
dos serviços à arrecadação de
impostos.
O principal risco para a economia ao ter o consumo interno como propulsor é a inflação.
Por enquanto, ela está sob controle por conta das fortes importações e da maturação de
crescentes investimentos do
setor produtivo para atender a
demanda em alta.
"O que está impulsionando o
consumo é aumento de renda,
emprego e crédito. Esperamos
que o crédito e a massa salarial
continuem crescendo. Há risco
para o cenário de inflação se a
oferta não acompanhar a demanda. Mas o lado positivo é
ter a forte taxa de investimento
desde 2006, o que indica aumento da capacidade produtiva
no futuro", afirma Marcela Prada, da Tendências.
"É um cenário positivo, já
que esse aumento de investimento indica que podemos
crescer a taxas mais elevadas
que no passado", completa.
Na opinião da economista
Ana Maria Castelo, da FGV
Projetos, o fato de os investimentos estarem crescendo em
ritmo bem acima do PIB
(13,4%, contra 5,4% em 2007)
"afasta os fantasmas relacionados à inflação". Isso garantiria
uma expansão sustentada.
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, também
diz não acreditar em um quadro de fortes pressões inflacionárias por conta do aumento do
consumo.
Vale projeta para 2008 investimentos produtivos crescendo
acima da casa dos dois dígitos, o
que levaria a um período de três
anos com a taxa nesse patamar.
"A oferta de bens e serviços
cresce desde 2006, sendo que a
demanda decolou em 2007. Há,
portanto, muito investimento
já maturando para atender a
demanda futura", afirma.
Renda
O economista não acredita,
no entanto, que o aumento de
renda e crédito verificado em
2007 se repita com a mesma intensidade em 2008. Segundo
ele, a ampliação nos prazos de
pagamento de crediários chegou perto do limite e há pouco
espaço para uma queda nos juros daqui para a frente.
Para o economista Waldir
Gomes, presidente do Corecon-SP, a expansão de 5,4% puxada pelo consumo doméstico
acabou surpreendendo, já que a
expectativa era de um PIB perto de 5,2%. "Estamos chegando
perto da média de crescimento
mundial, o que é um bom sinal", afirma.
Texto Anterior: Lula afirma que crescimento do PIB foi maior Próximo Texto: Paulo Nogueira Batista Jr.: "Euforia comedida" Índice
|