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Mutuário com mais de 40 anos não pagará seguro
Lula antecipou, em Rondônia, medidas do plano habitacional a ser anunciado no dia 23
Presidente também afirmou que lançará mais ações contra a crise, entre elas
o incentivo à renovação da frota de caminhões e ônibus
SIMONE IGLESIAS
ENVIADA A PORTO VELHO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em Porto Velho, que vai lançar o novo pacote habitacional do governo no
dia 23. Ele negou que o governo
dará casas de graça para as famílias sem renda, como afirmou a ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil), no sábado passado, durante discurso na Bahia.
Questionado sobre a distribuição gratuita, Lula foi taxativo: "Não, não. Há no Brasil um
grupo de brasileiros que não
podem pagar prestação, vamos
ter que pensar nisso", disse.
Por determinação do presidente, Dilma, que viajaria com
ele ao Norte do país para visitar
as obras das usinas de Jirau e
Santo Antônio, ambas no rio
Madeira, ficou em Brasília para
finalizar o plano.
Lula detalhou dois pontos
das medidas do novo plano: não
haverá mais seguro de vida para
as pessoas com idade acima de
40 anos, percentual que hoje
equivale a 37% do valor da
prestação; e, para aqueles que
pagam aluguel, a parcela do
imóvel só será cobrada a partir
da entrega das chaves.
Antes da mudança, como
anunciou Lula ontem, o governo vai exigir só uma prestação
simbólica entre R$ 20 e R$ 30.
Além do pacote habitacional,
com o qual Lula pretende criar
1 milhão de casas até 2010, ele
disse que anunciará nos próximos dias mais medidas para
conter a crise econômica.
"Nós não vamos ficar parados, por isso que vou anunciar
coisas novas para renovação de
frota de caminhões e de ônibus", afirmou. "Se essa crise
pensa que vai atrapalhar o Brasil, quero anunciar em alto e
bom som que o Brasil não vai
permitir que essa crise cause
aqui o estrago que já causou em
outros países."
Com a redução da arrecadação do governo neste começo
de ano, Lula citou o fim da
CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) para criticar o Senado, que, em 2007, acabou com o
imposto sobre o cheque.
Durante discurso em um
bairro da periferia de Porto Velho, o presidente disse que a
medida dos senadores foi injusta porque pobre não pagava o
imposto. Afirmou também que,
agora, em momento de crise, é
que os prefeitos vão sentir mais
falta dos recursos.
Ao visitar as obras de construção das usinas hidrelétricas
de Jirau e Santo Antônio, que
enfrentaram problemas judiciais e ambientais, Lula classificou como "parto" as obras.
"Foi um parto que quase foi
abortado várias vezes. Mas é
mais fácil destruir do que construir alguma coisa no país", disse, referindo-se à burocracia
para licitar obras, que considerou "um inferno".
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