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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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AVIAÇÃO

Concorrentes fecham juntas, com a US Airways, maior contrato do setor regional; cada uma pode faturar até US$ 6,2 bi

Negócio recorde une Embraer e Bombardier

MARCELO CLARET
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Um acordo comercial entre a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), a canadense Bombardier, sua principal concorrente, e a companhia aérea norte-americana US Airways garantiu à fabricante brasileira de aviões o maior contrato de venda firmado no setor de aviação regional no mundo em todos os tempos, que pode chegar a US$ 6,2 bilhões.
O negócio, anunciado ontem pela Embraer, envolve a aquisição de 85 jatos regionais Embraer-170 por parte da US Airways e prevê outras 190 opções de compra -50 do Embraer-170 e 140 do ERJ-145. A venda desses 85 jatos já rendeu à empresa brasileira US$ 2,1 bilhões.
Nas negociações, a fabricante Bombardier também conquistou a mesma fatia do contrato obtida pela Embraer. A empresa canadense vai fornecer à US Airways 60 CRJ-200 e 25 CRJ-700, além de outras 190 opções de compra desses modelos, em negócio também estimado em US$ 6,2 bilhões.
A venda dos jatos da Embraer será financiada pela Gecas (General Electric Capital Aviation Services), empresa norte-americana de leasing, que resolveu realizar a operação após conseguir comprar 5% do capital da US Airways.
No entanto, dos 85 aviões negociados pela companhia brasileira, somente 55 serão fornecidos diretamente pela Embraer. As outras 30 aeronaves serão entregues pela Gecas, que comprou 50 aeronaves do modelo da Embraer em 2000.
As negociações envolvendo a venda de aeronaves para a US Airways vinham sendo costuradas pela Embraer e pela Bombardier desde março deste ano, quando a companhia aérea anunciou seus planos de integrar 400 jatos regionais a sua frota.
Analistas de mercado especialistas em Embraer disseram que a fabricante brasileira teria condições de conquistar a fatia que ficou com a Bombardier caso não fosse fechado o acordo comercial.
"Os jatos da Embraer oferecem mais conforto e têm mais tecnologia do que os fabricados pela Bombardier", disse Carlos Eduardo Albano, analista do Unibanco.
Rodrigo Magela Pereira, da Pactual, disse que a Embraer preferiu garantir a venda dos jatos a entrar em uma concorrência direta com a Bombardier. "Se houvesse disputa acirrada, o preço do avião poderia ficar inferior."


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