São Paulo, sábado, 13 de maio de 2006

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Produtores consideram medida insuficiente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com a liberação de R$ 1 bilhão para a soja, os produtores rurais disseram que vão dar uma trégua de 12 dias ao governo.
Em reunião com agricultores de Mato Grosso após o anúncio da liberação, o ministro Roberto Rodrigues disse que medidas estruturais serão divulgadas até o dia 25. Rodrigues já havia dito que um pacote sobre o tema seria anunciado até o início deste mês. "Ele não justificou a demora, apenas pediu mais tempo", afirmou o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso), Rui Prado.
Em protestos contra a política agrícola e econômica do governo, produtores bloquearam rodovias em vários Estados. Intitulado "Grito do Ipiranga" (referência ao município de Ipiranga do Norte), o movimento teve início em Mato Grosso e chegou a Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Nordeste.
A trégua anunciada, porém, não significa que as máquinas serão retiradas das estradas. A intenção é reter apenas os grãos e permitir o trânsito dos demais produtos.
O dirigente afirmou que, se o governo não cumprir a promessa, haverá desabastecimento por bloqueio das estradas e no próximo ano é possível a falta de alimento.
Pedro Ferronatto, sojicultor de Ipiranga do Norte, que participou da reunião com o ministro, tem postura mais radical. "Vai ser ou dá ou desce. Pode acontecer a mesma coisa das manifestações dos estudantes da França."
O coordenador da Aprosoja, Neri Geller, disse que além de paliativa, a medida é tardia, pois cerca de 55% da produção do Estado já foi comercializada.
Geller afirmou que a medida "só apaga o fogo". O custo da produção de uma saca de soja, diz, é de R$ 25. A estimativa do governo é que com a liberação de ontem o preço pago chegue a R$ 22 a saca.


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