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Produtores consideram medida insuficiente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a liberação de R$ 1 bilhão
para a soja, os produtores rurais
disseram que vão dar uma trégua
de 12 dias ao governo.
Em reunião com agricultores de
Mato Grosso após o anúncio da liberação, o ministro Roberto Rodrigues disse que medidas estruturais serão divulgadas até o dia
25. Rodrigues já havia dito que
um pacote sobre o tema seria
anunciado até o início deste mês.
"Ele não justificou a demora, apenas pediu mais tempo", afirmou o
presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de
Mato Grosso), Rui Prado.
Em protestos contra a política
agrícola e econômica do governo,
produtores bloquearam rodovias
em vários Estados. Intitulado
"Grito do Ipiranga" (referência ao
município de Ipiranga do Norte),
o movimento teve início em Mato
Grosso e chegou a Mato Grosso
do Sul, Paraná, Goiás e Nordeste.
A trégua anunciada, porém, não
significa que as máquinas serão
retiradas das estradas. A intenção
é reter apenas os grãos e permitir
o trânsito dos demais produtos.
O dirigente afirmou que, se o
governo não cumprir a promessa,
haverá desabastecimento por bloqueio das estradas e no próximo
ano é possível a falta de alimento.
Pedro Ferronatto, sojicultor de
Ipiranga do Norte, que participou
da reunião com o ministro, tem
postura mais radical. "Vai ser ou
dá ou desce. Pode acontecer a
mesma coisa das manifestações
dos estudantes da França."
O coordenador da Aprosoja,
Neri Geller, disse que além de paliativa, a medida é tardia, pois cerca de 55% da produção do Estado
já foi comercializada.
Geller afirmou que a medida
"só apaga o fogo". O custo da produção de uma saca de soja, diz, é
de R$ 25. A estimativa do governo
é que com a liberação de ontem o
preço pago chegue a R$ 22 a saca.
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