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Juros caem bem menos que a Selic, diz pesquisa
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bancos demoram muito e
não repassam totalmente a redução da taxa básica de juros da
economia aos seus clientes, segundo levantamento feito pela
Anefac (Associação Nacional
de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
De setembro de 2005 a abril
de 2009, enquanto o Banco
Central cortou a Selic em 9,5
pontos percentuais (de 19,75%
para 10,25% ao ano), a taxa para
pessoas físicas teve queda de
7,42 pontos e a aplicada às pessoas jurídicas caiu 4,2 pontos.
"O custo do dinheiro para as
instituições financeiras, baixou
com consistência e o cliente
não se beneficiou disso", diz
Andrew Frank Storfer, diretor
de economia, banking e finanças da Anefac.
É difícil explicar a demora
dos bancos em cortar os juros,
afirma o executivo. "A lei da
oferta e da demanda é um dos
motivos pelos quais esse fenômeno acontece. Por exemplo,
quando o crédito fora do país
secou, no ápice da crise, as
grandes companhias que se financiavam no exterior passaram a buscar dinheiro internamente, o que aumentou a demanda geral. E, mesmo antes
das turbulências, quando o cenário era tranquilo, financiamentos com as taxas altas eram
absorvidos. Além disso, existe o
excessivo conservadorismo dos
bancos nacionais."
No curto prazo também se
observa essa lentidão.
Após atingirem o pico entre
novembro do ano passado e janeiro último, os juros cobrados
em empréstimos a consumidores e empresas exibem uma firme trajetória de queda há três
meses. A taxa média de financiamentos para pessoas físicas
chegou a 7,33% no mês passado, ante 7,61% registrados em
novembro, e a relativa às pessoas jurídicas ficou em 4,21%
em abril -eram 4,47% cinco
meses antes.
"Está caindo, mas está caindo pouco", afirma Storfer.
"Desde dezembro, a Selic foi
cortada pelo BC em 3,5 pontos
percentuais." Na opinião do diretor da Anefac, como a expectativa de inflação para os próximos meses está diminuindo e a
inadimplência, embora tenha
apresentado leve alta, ainda se
encontra sob controle, os juros
para os clientes deveriam ser
diminuídos com mais rapidez.
"Especialmente por causa dos
riscos de a crise provocar uma
forte desaceleração do Brasil."
Procurada, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos)
não comentou os números.
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