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Morgan Stanley é investigado
Autoridades dos EUA apuram se banco enganou investidores na crise hipotecária
Instituição supostamente vendia títulos contra os quais apostava que iriam
se depreciar; executivo diz que desconhece inquérito
DO "FINANCIAL TIMES"
Autoridades americanas investigam se o Morgan Stanley
enganou investidores sobre títulos de hipotecas que formatava, vendia e contra os quais
apostava, num passo que intensifica o escrutínio sobre o papel
de Wall Street na crise.
As informações, do "Wall
Street Journal", dão conta de
que a investigação, ainda em fase preliminar, é centrada em
transações conhecidas no banco como "Presidentes Mortos".
O banco supostamente vendia
títulos contra os quais apostava
que iriam se depreciar.
O presidente-executivo da
instituição, James Gorman, declarou ontem que o banco "desconhece completamente" um
inquérito do governo sobre
suas operações.
Ele disse que o Departamento da Justiça dos EUA não havia
perguntado ao banco sobre
suas obrigações de dívida caucionadas (CDOs), mencionadas
na reportagem.
"Não fomos contatados pelo
Departamento da Justiça sobre
quaisquer transações que foram mencionadas no artigo do
"Wall Street Journal'", disse,
em coletiva em Tóquio.
As palavras de Gorman não
parecem ter bastado para acalmar investidores sobre uma
possível disputa entre autoridades e o Morgan Stanley, cujas
ações caíram 2,04% ontem.
O Departamento de Justiça
se recusou a comentar.
Um inquérito sobre as atividades do Morgan Stanley com
CDOs antes da crise financeira
aprofundaria os temores do
mercado quanto a uma investigação generalizada, em Wall
Street, sobre o mercado de títulos lastreados por hipotecas.
No mês passado, a SEC (a
CVM norte-americana) abriu
processo civil por fraude contra
o Goldman Sachs, acusando o
banco de iludir os investidores
em uma CDO.
Acredita-se que os promotores federais também investiguem o Goldman Sachs, que
nega as acusações da SEC.
O Morgan não era grande
participante do mercado de
CDOs antes da crise, e suas
apostas no mercado da habitação custaram mais de US$ 8 bilhões à instituição.
Fontes próximas disseram
que executivos e advogados do
banco foram surpreendidos pelo "WSJ" e corriam para verificar se havia inquérito sobre as
ações do banco com CDOs.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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