São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2010

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Morgan Stanley é investigado

Autoridades dos EUA apuram se banco enganou investidores na crise hipotecária

Instituição supostamente vendia títulos contra os quais apostava que iriam se depreciar; executivo diz que desconhece inquérito

DO "FINANCIAL TIMES"

Autoridades americanas investigam se o Morgan Stanley enganou investidores sobre títulos de hipotecas que formatava, vendia e contra os quais apostava, num passo que intensifica o escrutínio sobre o papel de Wall Street na crise.
As informações, do "Wall Street Journal", dão conta de que a investigação, ainda em fase preliminar, é centrada em transações conhecidas no banco como "Presidentes Mortos". O banco supostamente vendia títulos contra os quais apostava que iriam se depreciar.
O presidente-executivo da instituição, James Gorman, declarou ontem que o banco "desconhece completamente" um inquérito do governo sobre suas operações.
Ele disse que o Departamento da Justiça dos EUA não havia perguntado ao banco sobre suas obrigações de dívida caucionadas (CDOs), mencionadas na reportagem.
"Não fomos contatados pelo Departamento da Justiça sobre quaisquer transações que foram mencionadas no artigo do "Wall Street Journal'", disse, em coletiva em Tóquio.
As palavras de Gorman não parecem ter bastado para acalmar investidores sobre uma possível disputa entre autoridades e o Morgan Stanley, cujas ações caíram 2,04% ontem. O Departamento de Justiça se recusou a comentar.
Um inquérito sobre as atividades do Morgan Stanley com CDOs antes da crise financeira aprofundaria os temores do mercado quanto a uma investigação generalizada, em Wall Street, sobre o mercado de títulos lastreados por hipotecas.
No mês passado, a SEC (a CVM norte-americana) abriu processo civil por fraude contra o Goldman Sachs, acusando o banco de iludir os investidores em uma CDO.
Acredita-se que os promotores federais também investiguem o Goldman Sachs, que nega as acusações da SEC.
O Morgan não era grande participante do mercado de CDOs antes da crise, e suas apostas no mercado da habitação custaram mais de US$ 8 bilhões à instituição.
Fontes próximas disseram que executivos e advogados do banco foram surpreendidos pelo "WSJ" e corriam para verificar se havia inquérito sobre as ações do banco com CDOs.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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