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Analistas começam a revisar PIB para cima
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Economistas se preparam para
uma nova rodada de revisão, desta vez para cima, das estimativas
do PIB (Produto Interno Bruto)
de 2004. Com a divulgação de dados recentes, que indicam recuperação forte da atividade, a tendência é que as estimativas convirjam
para 4% ou até mais.
"Estamos trabalhando em uma
revisão da estimativa do PIB para
cima. Estávamos com 3,7% e acho
que devemos mudar para algo
próximo a 4%", afirma Alexandre
Bassoli, economista-chefe do
HSBC.
Para Bassoli, o bom desempenho da produção industrial, que
cresceu 7,8% em maio passado
em relação ao mesmo período de
2003, tem sido o motor mais importante da recente recuperação e
a principal razão das revisões dos
números do PIB. Bassoli está mudando sua projeção de crescimento da produção industrial de
6% para 7% em 2004.
Por outro lado, a agricultura, segundo analistas, pode puxar as estimativas do desempenho da economia um pouco para baixo.
"Nós já estávamos com uma
projeção de 4% para o PIB neste
ano. Agora, vamos revisar os dados da indústria de transformação para cima e os do setor agropecuário para baixo. Mas deveremos continuar com os 4% ou até
mais", afirma Juan Jensen, economista da consultoria Tendências.
Já para Tomás Málaga, economista-chefe do Itaú, as "notícias
ruins" em relação à agricultura,
com algumas quebras de safra, estão contrabalançando negativamente a recuperação industrial.
Por isso, o economista não vai revisar, por enquanto, sua previsão
de 3,7% de crescimento da economia em 2004.
Segundo Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset Management, se a economia tiver
crescido 1% no segundo trimestre
de 2004 em relação aos primeiros
três meses deste ano, isso já será
suficiente para garantir uma expansão de 3,5% neste ano em razão do crescimento inercial herdado de 2003, que os economistas
chamam de "carry over".
"Vou esperar os dados do PIB
do segundo trimestre para poder
rever minha projeção do ano, que
está entre 3,5% e 4%. Mas, certamente, deve subir para algo entre
4% e 4,5%", afirma Maia.
O economista lembra, no entanto, que, mesmo que cresça
4,5% neste ano, o Brasil ainda deverá ficar atrás da economia mundial, que deverá se expandir em
5%, segundo estimativas. Desde
1996, a economia brasileira vem
exibindo crescimento inferior à
média dos demais países.
Segundo economistas, apesar
da forte recuperação recente, há
-conforme afirmou o presidente
Lula- um limite agora para a expansão da economia que, se atingido, poderá levar a pressões inflacionárias. Faltam novos investimentos que levem à expansão da
capacidade de produção.
Enquanto isso não ocorre, esse
risco explica, em parte, o fato de
que o Banco Central deverá manter a taxa de juros de 16% inalterada pelos próximos meses, na opinião de analistas.
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