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Multinacionais controlam sistema energético
DE BUENOS AIRES
Nas mãos do Estado até o início da década de 90, o sistema
energético argentino está hoje
em grande parte controlado
por multinacionais do setor.
Na produção de gás e petróleo, a YPF, antiga estatal monopolista e hoje propriedade da
espanhola Repsol, mantém a liderança. Em 2006, produziu
42% do petróleo e 29% do gás
argentinos.
Atualmente, a Repsol negocia com o empresário argentino
Enrique Eskenazi, dono do
Banco Santa Cruz e próximo ao
presidente Kirchner, a venda
de 25% das suas ações.
A Petrobras aparece entre as
cinco líderes nos dois setores.
Na produção de petróleo, foi a
terceira em 2006, com 21%,
atrás da Pan American Energy,
empresa controlada pela British Petroleum (23,8%). No gás,
com 9,4%, foi a quarta maior
produtora, atrás, além da YPF e
da Pan American, da Total Austral (do conglomerado francês
Total), segunda maior produtora com 24,5%.
A distribuição de gás, antes
monopólio da Gas del Estado,
está hoje a cargo de nove empresas diferentes, todas elas
privadas. A Metrogas, maior do
país, é controlada pela britânica BG Group e pela Repsol-YPF. Também controlam empresas do setor a espanhola Gas
Natural, a francesa Gaz de
France e a italiana Camuzzi.
O Estado, porém, mantém
seu controle, pois cabe a ele outorgar as concessões para as explorações de bacias de petróleo
e poços de gás no país. Também
tem o poder de aplicar às companhias a Lei do Abastecimento, de 1974, que as obriga a suprir o mercado e que já foi usada neste ano contra a Shell.
Além das produtoras e das
distribuidoras, também são
privadas as transportadoras,
que levam o gás por gasodutos.
As principais são a TGS (Transportadora Gás do Sul), controlada pela Petrobras, e a TGN
(Transportadora Gás do Norte), controlada pelos grupos
Total e Techint.
Eletricidade
O setor elétrico ainda tem
resquícios dos tempos de antes
da privatização. A terceira e a
quarta maiores distribuidoras
do país estão nas mãos dos governos das Províncias de Santa
Fé e Córdoba.
As duas maiores, porém,
Edenor e Edesur, são controladas pela espanhola Endesa, a
primeira em sociedade com a
francesa EdF e a segunda com a
Petrobras como minoritária.
Juntas, Edenor e Edesur atendem 42,8% dos clientes do
mercado elétrico argentino.
Além da participação na Edesur, a Petrobras possui duas
usinas de geração de eletricidade (uma termelétrica e uma hidrelétrica) e controla os principais sistemas de transmissão, o
Transener e o Transba.
Em matéria de geração, a
mais presente é a AES -que, no
Brasil, controla a Eletropaulo,
entre outras- com oito usinas,
entre termelétricas e hidrelétricas. A empresa atua na distribuição, com duas empresas que
detêm 4,28% do mercado.
O governo federal mantém
sob seu controle somente as hidrelétricas de Salto Grande e
Yacyretá (um empreendimento binacional com o Paraguai) e
as centrais nucleares de Embalse e Atucha 1.
(RR)
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