|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Região pode ter reserva maior, afirma ex-ANP
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
A camada pré-sal, a nova
fronteira de exploração petrolífera do país, pode guardar 338 bilhões de barris de
petróleo e fazer do Brasil o
maior detentor de reserva
provadas do mundo, superando a Arábia Saudita -hoje com 264 bilhões de barris.
Hoje, o Brasil tem reservas
de 13,9 bilhões de barris.
A estimativa foi apresentada ontem pelo ex-diretor da
ANP (Agência Nacional do
Petróleo), Newton Monteiro, durante o 5º Seminário de
Petróleo e Gás no Brasil, organizado pela Fundação Getúlio Vargas. Em abril, o diretor-geral da ANP, Haroldo
Lima (que cancelou participação ontem no mesmo
evento), disse que informações "oficiosas" indicavam
que a Petrobrás havia conseguido identificar uma megarreserva de petróleo na bacia de Santos com 33 bilhões
de barris. A informação gerou reações fortes na Bolsa.
Engenheiro de petróleo de
formação, Monteiro esteve
no evento como ex-diretor
da ANP. Ele deixou a agência
no final do mês passado e
cumpre agora um período de
quarentena que vai até o fim
de outubro. Antes de especular sobre o futuro do país
com o pré-sal, Monteiro disse que não falaria sobre revisão do marco regulatório. De
fato não falou, mas apresentou uma avaliação completa
sobre o que pode representar
o pré-sal para o país.
Segundo ele, os 208 mil
quilômetros quadrados do
pré-sal teria capacidade para
140 campos de produção,
sendo que cada um deles teria volume de comercialidade de 2,4 bilhões de barris. "É
um volume conservador se
considerarmos que o Campo
de Tupi tem projeção de reservas de 5 a 8 bilhões de barris", explica Monteiro.
Osvair Trevisan, ex-diretor da ANP e atual diretor do
Cepetro (Centro de Estudos
do Petróleo) da Unicamp,
disse que as especulações sobre o tamanho das reservas
do pré-sal são invariavelmente "exageradas". "Que
existe potencial no pré-sal é
fato, mas não há hoje dados
capazes de oferecer uma projeção fiel sobre a camada."
Ele considera os volumes
apresentados por Monteiro
superestimados em um cenário muito otimista.
Segundo ele, há riscos de
toda a ordem, como, por
exemplo, que tipo de rocha
existe no pré-sal, se esta formação cederá o óleo contido
nela. "Pode ser que não seja
possível produzir", disse.
Texto Anterior: Governo tira de leilão áreas perto do pré-sal Próximo Texto: Petróleo não pode ficar na mão de meia dúzia, diz Lula Índice
|