São Paulo, sexta-feira, 13 de novembro de 2009

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País e Argentina cedem para reduzir tensão

Vizinho retira exigência de visto consular para móveis e madeiras; Brasil libera importação de vacina

DE BUENOS AIRES

O governo argentino anunciou ontem duas medidas de cooperação comercial com o Brasil, que sinalizam disposição para reduzir a crescente tensão na relação bilateral.
Lula e Cristina Kirchner se reúnem na próxima quarta, no Brasil, para discutir o tema.
"Esse é um assunto sobre o qual o presidente Lula manifestou interesse à presidente Cristina", disse ontem em Buenos Aires a ministra argentina da Produção e Turismo, Débora Giorgi, ao divulgar a decisão de eliminar a exigência de visto consular para móveis e madeiras importados do Brasil.
Giorgi falou à imprensa ao lado do chanceler Jorge Taiana. Ela disse que a decisão se dá "num contexto em que o setor de madeira e móveis de ambos os países trabalha para gerar um programa de integração".
Se a Argentina cedeu de um lado, o Brasil cedeu de outro, como Giorgi deu a entender, ao comunicar também a liberação pelo Brasil da importação de vacinas contra a febre aftosa produzidas pela Argentina.
A autorização para que o fabricante argentino envie ao Brasil cerca de 2 milhões de doses por mês, a um custo de US$ 1 milhão, é resultado de um pedido feito por Cristina a Lula, em março passado, segundo fontes do governo argentino.
Giorgi disse que o "acesso ao mercado brasileiro" representa a chance de "mais do que duplicar" os resultados argentinos na área. O vizinho exporta cerca de US$ 70 milhões ao ano em medicamentos animais, sendo US$ 10 milhões em vacinas.
O chanceler disse ter a expectativa de que "a reunião presidencial signifique um passo adiante numa perspectiva de avanço da integração produtiva e no reconhecimento da mútua complementaridade necessária aos dois países".
Ele defendeu as medidas restritivas ao comércio adotadas pela Argentina -que atingem cerca de 14% da pauta exportadora brasileira e estão na raiz da crescente tensão entre os dois países-, mas acenou com uma possível flexibilização.
"As medidas dispostas tiveram uma razão. Eram a melhor defesa de nossas possibilidades produtivas e comerciais, para evitar efeitos indesejáveis. Mas essa é uma realidade com certo dinamismo e na qual se vai avançando. As coisas mudam." (SILVANA ARANTES)


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